Estética x Função

Algum arquiteto e/ou paisagista idealizou passeios estreitos, cercados por canteiros e chafarizes retangulares. Um projeto muito bonito e harmonioso. Mas esse desenho não se presta à função que exerce: acesso a um condomínio com cinco torres comerciais e diversos escritórios térreos. Todo mundo que entra a pé pela portaria passa por aí.

Agora repare na largura da calçada e no formato dessa esquina. Imagine dezena de transeuntes, em ambos os sentidos, dobrando esta esquina ao mesmo tempo. Perceba a falha no gramado. Isso mesmo, nos horários de pico é inevitável que várias pessoas acabem encurtando o caminho pelo canteiro.

Quem desenhou essa calçada não considerou o fluxo que ela deveria suportar. O projetista pensou apenas na aparência do caminho. Talvez o custo de execução da obra também pesou: plantar grama é mais barato do que assentar pedras portuguesas.

Muita gente diria “é porque brasileiro é tudo sem-educação…” ou “se fosse no Canadá as pessoas respeitariam o trajeto”. Mas isso não é um problema dos usuários. É mesmo uma falha de projeto. De que adianta algo ser bonito se for algo inútil?