O Cavaleiro das Trevas
Semana passada, comprei o DVD duplo de Batman – o Cavaleiro das Trevas. Não era bem o que eu queria, mas o preço estava muito bom, então decidi levar. Havia prometido, a mim mesmo, que este filme seria o meu primeiro Blu-ray, mesmo que demore um bom tempo para ter o aparelho em casa.
Aí você se pergunta: “Por que isso?”. Porque esse foi o melhor filme que assisti nos últimos dois anos (inclua aí cinema, TV e DVD), e mesmo que ainda demore um pouco, vê-lo em alta definição é a única maneira de superar (se for possível) a experiência que este longa metragem proporcionou no cinema.
Que experiência foi essa?
Já faz um bom tempo que odeio cinema lotado. Gente falando alto, atendendo o telefone, conversando, gritando, passando na frente. Enfim, quando vou ao cinema, normalmente quero assistir o filme, não vou por causa da “diversão”. Normalmente vou na primeira sessão do sábado, e nunca nas duas primeiras semanas (tem menos gente). Parece até uma neurose, mas funciona muito bem quando o objetivo é apreciar a história e a produção do longa-metragem.
Batman – o Cavaleiro das Trevas, assisti na quarta ou quinta semana de exibição. Mesmo assim a sala lotou. Só de ver tanta gente, deu até vontade de ir embora. Eu me perguntava será que este povo todo já leu Batman alguma vez na vida? Para piorar ao meu lado (sem nenhuma poltrona vaga entre nós), sentou-se uma senhora, que estava com filha e o namorado (não sei levaram ela de dó, ou se ela foi de “bico”). Pesanva e lamentava “essa ‘véia’ falará o filme todo. Perguntará coisas nada a ver à filha o tempo todo”.
Após os avisos de segurança, propagandas e trailers, entrou a vinheta da Warner Bros totalmente sem som. Um ou outro gritou “cade o som?”. Mas quando o filme começou, a sala toda calou a boca. Algo impressionante. Não se ouvia uma tosse ou celular acendendo. Nem a senhora ao meu lado (que obviamente, nunca foi fã do Morcego) emitia qualquer ruído. Foi assim até o final dos créditos. Exceto, claro, quando o Coringa aparece vestido de enfermeira, quando ouviu-se uma risadinha coletiva bem curta. Simplesmente o filme dominou o público como nunca havia visto antes. E, ao comentar isso com outras pessoas, descobri que isto não aconteceu apenas na sessão que eu estava, mas era um fenômeno recorrente.
Claro que é impossível falar deste filme sem mencionar a genial atuação de Heath Ledger, que superou, com muita folga, as já enormes expetativas em torno de sua “incorporação” como Coringa. Mas acho que outra grande surpresa foi a transformação de Harvey Dent no Duas-Caras, sob a pele de Aaron Eckhart: leio Batman a 10 anos, e acompanho a quase 15, nunca vi um Duas-Caras tão complexo e elaborado. Neste filme ele não tinha “dupla personalidade”, não alternava entre o excêntrico e o justo, e muito menos ficou assim por causa da desfiguração parcial. Tudo que ele queria era ‘justiça’ (ou vingança) pela morte de sua amada Rachel. Além de pegar os responsáveis diretos, ele queria pegar o Batman e Gordon por terem salvo ele, de deixado sua amada morrer.
É um filme que vale muito assistir. Pena que ainda demorará para eu vê-lo em HD. Mas mesmo assim foi uma ótima compra.