Cadeiras do Procurador Geral da República, do Presidente do STF e do secretário da presidência

No plenário do Supremo Tribunal Federal, na parede atrás da bancada onde se sentam o Procurador Geral da República e o Presidente do STF, existe um painel formado por placas de mármore.

No canto inferior direito de cada uma dessas placas existe um pequeno quarto de círculo em baixo relevo. Todos esses entalhes são exatamente do mesmo tamanho. Exceto um, que ocupa duas placas quase inteiras e contém um crussifixo. Este painel é obra de um artista, do qual não me lembro o nome, e seu significado é “Somos Todos iguais. Acima de nós, somente Deus”.

Ontem, quando lia sobre a proposta do revisor do processo do Mensalão, vi uma foto do plenário e me lembrei disso. Para o Ministro Ricardo Lewandowski os réus, que eram parlamentares quando ocorreram os crimes, deveriam ser julgados por alguma outra corte. Ou seja, ele queria segregar os acusados “comuns” dos com foro privilegiado, apesar do caso ser o mesmo. Isso não quebra o princípio de igualdade e humildade representado na parede do plenário?

Hoje o julgamento será retomado e o destino dos primeiros réus será decidido. Espero sinceramente que os culpados sejam exemplarmente condenados e, se por um “acidente no inquérito”, existir algum inocente no meio do “rolo” que este consiga limpar seu nome perante a sociedade com algo ainda mais convincete que a absolvição da Suprema Corte.