Nas últimas semanas um debate tem dominado os principais sites de notícia no Estado de São Paulo: a invasão do prédio da reitoria da USP.

A revolta dos “estudantes” explodiu quando dois policiais militares prenderam alguns estudantes que se drogavam no campus. Várias pessoas depredaram a viatura para libertar os colegas detidos.

Após esse incidente, alunos tomaram a sede da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Dias depois, saíram de lá e invadiram o prédio da Reitoria. E só deixaram o local quando a PM cumpriu uma ordem judicial de reintegração de posse. Ficando um rastro de vandalismo em todas as dependências do edifício.

Entre as reinvindicações dos invasores estavam o arquivamento de processos administrativos contra alunos e funcionários que participaram de atos semelhantes no passado (num desses atos um aluno até tomou banho numa panela do refeitório), e o fim do convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e a Universidade de São Paulo que autoriza a Polícia Militar a fazer a segurança do campus.

A partir daí, concluo duas coisas:

1· Em qualquer outra instituição, pública ou privada, atos de vandalismos seria punidos com expulsão sumária e/ou reparação de danos. No caso dos funcionários, a Justiça do trabalho existe para resolver esses conflitos.

2· Numa época que toda a população do Estado e do país clama por mais segurança, poucos vagabundos querem dispensar a  presença da polícia, em nome de supostos ideais que morreram antes deles nascerem. A ditadura acabou a mais de ¼ de século e o DOPS foi extinto. A PM comete abusos e Polícia Civil é negligente, mas não foi o caso, ao contrário, os policiais flagraram uma contravenção e tomaram providência.

Não cabe aqui discussão sobre a legalização da maconha. Aliás, muitos dos que defendem o ato dos “USPianos” alegam que a polícia deveria resolver o problema da cracolândia ao invés de reprimir os estudantes. Uma comparação infeliz, já que tudo começou depois da abordagem a consumidores de intorpecentes.

O foco do debate é democracia. O que é domocracia? Democracia aborda tanto direitos quanto deveres de todos os cidadãos. Respeito ao que é de cada um e ao que é de todos. A busca pelo diálogo ao invés do radicalismo e violência.

Quem partiu para a violência foram os vagabundos que se denominam estudantes. Dizem que eles não falam pela maioria dos USPianos. Mas a maioria não tem tempo para se posicionar nessa batalha. Precisam estuda, frequentar as aulas.

Não imagino alunos do Mackenzie, da PUC, da Anhanguera ou da Unip acampando por dias as dependências da faculdade, tomando cerveja e quebrando tudo. Primeiro porque não ficaria impune. Segundo porque esse pessoal precisa tabalhar, batalhar pela sobrevivência e pela mensalidade suada, apertada e sacrificada. Quem tem preocupações na vida não pode se dar ao luxo de ocupar e vandalizar o patrimônio público.

E se você acha que não tem nada a ver com tudo isso, lembre-se que em tudo o que você compra está embutido o ICMS, principal imposto estadual. Ou seja tudo que foi quebrado e pixado no prédio da USP sairá do seu bolso. As aulas que esse pessoal dexou de frequentar nessas duas semanas seram pagas com o seu dinheiro.

Enquanto as escolas de ensino médio e fundamental estão uma vergonha, o Estado sustenta esses vagabundos. Aliás, o que mais me preocupa é que a maioria dos que terminarem seus cursos será professor nessas mesmas escolas sucateadas.