A partir de hoje, e por mais uma semana, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne para discutir a aceitação da Palestina como membro efetivo da ONU. Na prática isso significa que o povo palestino terá direito a uma nação protegida por acordos e leis internacionais. Exatamente como acontece com Israel. Ou seja, é o momento de equilibrar a mesa de negociação.

Muitos dos que rejeitam a entrada da Palestina como o membro 194 das Nações Unidas, alegam que a paz não pode ser imposta unilateralmente. Mas não percebem que isso não trará a paz automaticamente, mas nivelará as conversas. Até agora só um dos lados pode falar, e ao outro restou a luta suja, o terrorismo.

Mas já chega de sangue. Agora é o momento da humanidade tentar resolver um conflito que dura quase ¾ de século: assegurando o mesmo direito de existir a dois povos.

Hoje, África do Sul, Alemanha, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Colômbia, Gabão, Índia, Líbano, Nigéria e Portugal sentarão-se à mesa com China, EUA, França, Grã Bretanha e Rússia no Conselho de Segurança para discutir se a Palestina deve ser aceita.

A votação no conselho deve acontecer no final da próxima semana, e 9 dessas 15 nações precisa votar a favor. E sendo resultado favorável, nenhum dos membros permanentes pode vetar a decisão. Barack Obama, presidente dos EUA, maior aliado de Israel já nunciou que vetará. Mas se ele mudar de ideia, a proposta irá a votação no plenário geral da ONU, e com maioria simples a Palestina se torna o 194º país membro das Nações Unidas.

Sei que estamos muito longe de tudo isso, e não podemos fazer muita coisa. A única coisa que podemos fazer é um pouco de barulho na internet. Não precisa queimar bandeira na porta de embaixada, fazer grandes marchas na Av. Paulista, apenas manifestar sua opinião várias vezes ao dia nas redes sociais. #Palestina , #EstadoPalestino e #Palestina194 são algumas das tags que correm no Twitter desde que o presidente Mahmoud Abbas entregou o pedido de adesão à Secretaria Geral da ONU, na semana passada.

Isso não resolverá o conflito instantâneamente, mas colocará as partes em igualdade para conversar. E ainda haverá muitos outros problemas no mundo. Mas precisamos tentar resolver um de cada vez, e no momento o que temos a frente é o Direito de Israel e Palestina coexistirem.