Imagino que foi na Bauhaus ainda em Weimar que o exercício de projetar cadeiras (ou não cadeiras) tornou-se obrigatório no currículo de todo curso de design que realmente possa ser chamado de curso de design. Seja em Projeto de Produtos ou Gráfico, cedo ou tarde todo estudante é obrigado a imaginar seu ideal de “acento individual com encosto para as costas”.

Porém as cadeiras são muito mais antigas que a disciplina ou a ciência do design. Falamos de um daqueles tipos de objeto que ninguém sabe exatamente onde surgiu. Provavelmente, diversos povos pelo mundo o usavam sem ter conhecimento uns do outros.

Assim como toda peça de mobiliário, as cadeiras serviram (e ainda servem) de refência para identificação de estilo e constumes de uma época e cultura. Museus históricos do mundo todo possuem grandes acervos de cadeiras. Geralmente leves e compactas, são fáceis de transportar e de expor, garantindo-lhes “grande vantagem” frente a outros móveis.

O estilo de uma cadeira também depende muito do seu uso. O Trono Papal é muito mais imponente que aquela cadeira de ferro dobrável e enferrujada que você se senta num buteco para tomar cerveja. Bem como a poltrona da sua sala é bem mais macia que a numerada do Pacaembu ou do Morumbi.

Tenha uma perna, duas, três, quatro, mais ou nenhuma. Com apoio de braços (poltronas), de balanço, giratória, fixas, estofadas ou duras. Seja de balanço, de rodas, com rodas, regulável, reclinável, alta ou baixa. Esteja no escritório, no restaurante, na cozinha, na sala de estar, num saguão de espera, numa estação de trem. Esteja à venda na Marabraz ou na Tock&Stock. É sempre bom encontrar uma cadeira onde se possa descançar as pernas.

Quando se pensa em design, pode até não ser a primeira coisa, mas o cérebro sempre acaba gerando a imagem de uma imagem. E cada uma pensa na sua. Aquela que lhe parce mais confortável ou mais bonita.

Apesar de tamanha identificação cultural e social com o design, é impossível eleger uma em esecífico como símbolo absoluto do design. Ou mesmo definir uma forma icônica básica. Por isso apenas classifico a cadeira como “símbolo informal do design”.

 Para muitos designers formados, esta cadeira acima, desenvolvida na Bauhaus de Dessau, é o ícone máximo do design. Porém, apesar de admirar este trabalho, visualmente e pelo seu conforto, não é isso que vem a mente da maioria dos seres humanos quando escutam a palavra “cadeira”. E não adiantaria escolher outro exemplo específico. A cadeira é um objeto tão difundido e variado que nunca chegaríamos a um consenso.