Se me perguntarem se foi difícil chegar em casa ontem, responderei com convicção: “Claro que não. Foi impossível”.

Quando cheguei à estação da Mooca (linha 10 – Turquesa, da CPTM), o movimento estava bem abaixo de um dia normal, e os trens circulavam sem o tradicional atraso. Fiquei surpreso, pois com o tanto de chuva que caiu o dia inteiro, o sistema deveria estar mais que saturado.

Ao desembarcar na estação Luz, atravessei para a plataforma central e tive outra surpresa, mas desta vez muito desagradável: a plataforma estava lotada! Não lotada como sempre, mas com gente onde normalmente não haveria gente. As pessoas ocuparam a plataforma de uma ponta à outra (bem além do limite de parada dos trens) e de uma faixa amarela à outra. Se não conhecesse a estação, jamais saberia como é o piso, pois era impossível ver um único centímetro dele.

Ouvi no rádio de um funcionário que as linhas 10 e 11 a partir daquele momento não iriam mais até a Luz. Embarquei no trem da linha 7 (ultra-lotado) não conseguia erguer os braços e me segurar. Mas nem precisava, estava apertado de mais para cair.

Algumas pessoas comentavam que os trens não passavam de Caieiras. Quem fosse além de lá, precisaria pegar um ônibus a serviço da CPTM.

Após ficar parado meia hora na estação Água Branca, e mais meia hora na Lapa, decidi ligar apara meu irmão que mora no Centro de São Paulo. Quando ele atendeu, não precisei falar nada, ele logo me perguntou: “Você está sem trem?”. Respondi que sim. Ele disse: “Vem pra cá então”.

Desci na Lapa e ouvi o locutor da estação anunciar que a linha 7 ( a que eu estava), estava circulando apenas entre a Barra-Funda e Caieiras, por causa de pontos alagados na linha. Então o trem, do qual eu descera, seguiu viagem. Decidi sair da estação e pegar o trem da linha 8 (ali na Lapa mesmo). Fui até a casa do meu irmão. E hoje cedo vim trabalhar.

Aqui, ao entrar na internet, descobri, que no exato momento no qual desci do trem, o percurso da linha 7 foi normalizado. Mas não lamento ter descido. Quando decidi ligar para meu irmão, já deveria ter chegado em casa.

Desculpe se meu texto de hoje estiver meio confuso. Não farei críticas à CPTM, ao Governo do Estado, ou às pessoas que jogam lixo nas ruas, entupindo os bueiros. Apenas queria registra meu desabafo. O desabafo de alguém que não conseguiu chegar em casa numa terça-feira chuvosa.