Quem inventou o rock? Essa é uma discussão que costuma ir longe. Muita gente quer este título. Até o diabo reclama o título.

Se é impossível determinar quem é o pai, o avô é bem mais fácil: Les Paul, o inventor da guitarra elétrica. Ele também desenvolveu o sistema de gravação multipistas, que é quando o som de cada instrumento é gravado separadamente e depois o produtor mixa tudo.

Paul fazia experiências com amplificação de violões na década de 1940, o que resultou no instrumento que é alma do rock’n’roll.

Em 1952, a Gibson lançou o modelo semi-acústico que carrega o seu nome. E se eu lhe pedisse agora para você fechar os olhos e imagina-la, certamente acertaria. Junto com a Fender Stratocaster, a Gibson Les Paul é a maior personificação da “música do diabo”, e as duas são o sonho de todo moleque que monta uma banda para tocar no boteco da vila.

Em parceria com sua mulher, Mary Ford, o velho guitarrista ganhou 36 discos de ouro (numa época que isso era muita, muita venda mesmo) e colocou 11 músicas no topo da Billboard.

Infelizmente, ondem a Gibson informou que o avô do rock foi tocar em uma outra dimensão. Aos 94, Les Paul morreu num hospital em Nova York, vítima de uma pneumonia. Soube da notícia hoje cedo, quando ia para o trabalho, na TV do Metrô.

Pessoalmente, só encontrei meu lugar no mundo quando assumi que gostava de rock. Mas mais que minha vida, nenhum universo musical mudou tanto o planeta quanto o rock. Justamente o estilo considerado profano por tanta gente.

Uma vez um dos organizadores do Live Aid disse: “O inglês não é a língua universal. O rock é que é”.