Alguns dias atrás (não notei exatamente quando) o Twitter mudou sua página de entrada. Antes lá havia a pergunta “o que você está fazendo agora?”. Agora existe a sugestão: “descubra o que está acontecendo neste momento em qualquer canto do mundo” e, abaixo da frase, um campo de busca.

Isso é o que o caderno Link, do jornal O Estado de São Paulo, classificou como “o primeiro buscador em tempo real da internet”. Por enquanto ele concentra sua procura nas “twittadas” dos usuários do site. Se você postar alguma informação agora no Twitter, posso encontra-la antes que você acabe de ler este texto do meu blog: basta eu inserir a palavra-chave certa na ferramenta. Não deve demorar muito até o Google e o Bing fazerem algo assim.

A natureza de liberdade e cooperação da internet é algo realmente muito útil. Um bom exemplo foi o que aconteceu este ano no Irã. Durante os protestos, pedindo a recontagem dos votos das eleições presidenciais, o mundo tinha apenas duas maneiras de saber o que se passava nas ruas de Teraã: o imprensa oficial e a internet.

Não podemos nos esquecer também do outro lado disso: a desinformação. Quem não perdeu a conta de quantos sites sérios, de jornais, agências e TVs pelo mundo não noticiaram com exclusividade que “uma fonte interna do Vaticano confirmou agora a pouco a morte de Sua Santidade, o Papa João Paulo II”? Todas em horários diferentes. Sem falar dos emails “Xuxa sofre acidente grave. Vejas as fotos aqui”…

Uma coisa foi muito bem esclarecido quando fiz faculdade: fontes da internet não são aceitas como referência em trabalhos acadêmicos, com exceções muito específicas. Por conta dessa mesma natureza de liberdade e cooperação, a rede também favorece muito a desinformação. Não apenas por má fé, mas por despreparo e falta de conhecimento de causa de quem escreve.

É difícil filtrar o que presta ou não. É impossível sabermos se existe mais informação ou desinformação online.

Se você chegou até este ponto do texto deve ter se perguntado: “por que este cara (no caso eu) está criticando algo que ele mesmo faz?”.
Simples: neste blog eu coloco informações apenas para fundamentar minhas opiniões sobre os assuntos comentados. Não me considero a reencarnação do Repórter Esso.

Como toda opinião que te apresentarem: se concordar dirá “esse cara é um gênio”; se discordar, “credo! Como esse cara fala besteira”.
É importante entender que informação não é opinião, e vice e versa. Embora estejam sempre juntas, nunca devemos deixar de separa-las.