Uma coisa que deveria ter aprendido na adolescência, mas não aprendi, era datilografia.

Não comparo o computador à máquina de escrever (não fazia isto nem quando o computador só servia como máquina de escrever).

Embora o som característico das máquinas mecânicas serviu até para a composição de concertos musicais. Embora meu pai desenhava soldadinhos ingleses com letras, números e outros símbolos datilografados. A única coisa que a máquina fazia era escrever. O computador hoje, de um certo modo, faz até café (não faz mas esquenta).

Mesmo o que a máquina de escrever fazia, o computador sempre fez melhor. Tudo exceto uma coisa: datilografar era mais eficiente que digitar.

Os editores eletrônicos de texto a muito tempo possuem recursos que facilitam muito redigir um texto. Correção ortográfica, “auto-completar” e, principalmente, o “copiar e colar” não só diminuem o tempo de escrita, mas exigem muito menos atenção durante a tarefa.

Nos tempos do “tec-tec-plim!”, o datilógrafo só podia contar com sua destreza e treino ortográfico. Não era permitido errar. Não dava para apagar (pelo menos não de uma maneira não porca). Se você errasse uma letra na última linha da página, tinha de rasgar a folha e começar tudo de novo. A pessoa que batesse várias páginas por hora e sem erros (não sei exatamente quantas), conseguia um excelente salário, 20 anos atrás.

Quando eu tinha meu 13, 14 anos atrás, alguns colegas de escola faziam cursos de datilografia. Computador ainda era um bem de luxo caríssimo. Mas desde criança, sempre me interessei por informática, então nunca quis de fato aprender a escrever a máquina.

Por mais rápido que eu digite hoje em dia, ainda faço isso olhando para o teclado e usando apenas dois dedos de cada mão, basicamente. E quando eu vejo prospectos de cursos de digitação, e comparo com o que meus colegas contavam sobre as aulas de datilografia, percebo que aquela era uma das coisas que deveria ter feito na vida, e que nunca mais tereia a chance de fazer. Não estou falando de um prazer subjetivo, ou de uma loucura inocente, mas de um conhecimento extinto que poderia beneficiar nos dias de hoje. Não se trata de nostalgia. Isso não salvaria nem mudaria significativamente minha vida, mas facilitaria muito.

Por exemplo: comecei escrever este texto às 8h e estou terminando somente as 10h30.Tudo bem que fui intercalando com outras atividades, mas se eu tivesse a agilidade de um datilógrafo profissional, este post estaria no ar a mais de uma hora, pelo menos, porque minhas outras tarefas também dependem muito de digitação.