O Som do final do milênio
Existiu um brve periodo na história do rock, logo após a morte do último grande mito (Kurt Cobain), onde a alegria de tocar, cantar e dançar estava de volta. Nessa época surgiu um rítimo que juntava o swing jamaicano com o peso californiano. Aqueles foram os tempos do Ska-Core.
O Ska surgiu na Jamaica, como uma “alternativa local” ao Rock’n’Roll, entre as décadas de 1950 e 1960. Os músicos locais não queriam se curvar à música rebelde do continente, mas também não queriam rejeitá-la. Grandes orquestras de rítimos caribenhos começaram a misturar seu estilo ao vindo da América do Norte. Nascia aí o Ska.
Com a diminuição das orquestras e uma “acalmada” no rítimo, surgiu o estilo derivado mais conhecido do Ska, nos anos 70, o Reggae, emcabeçado por Bob Marley. Aliás, o Reggea se tornou tão popular fora da Jamaica que, nos anos 90, muita gente pensava que o Ska é que era seu descendente.
Além de Bob Marley (no qual não suporto a música) e outros artistas jamaicanos, o Ska influenciou muita gente fora da ilha, direta e indiretamente. Só para dar dois exemplos, The Clash, uma das bandas da trindade (ou tríade, dependendo do ponto de vista) Punk, incorporou o Ska ao seu próprio rítmo, dando um pouco de alegria à fúria londrina. O outro exemplo são os Paralamas do Sucesso, o trio de Brasília que estourou no primeiro Rock’n’Rio tocava algo que era muito mais Ska que qualquer outra coisa que eles pudessem alegar.
E o Ska-Core se completa com o Hard-Core, a versão das praias da costa-oeste estadunidense para o Punk Rock. Gênero mais pesado e ritimado para o som que vinha de Nova York e e Londres. Suas letras, em grande parte, também abordavam protestos políticos e sociais. Porém o estilo se tornou mais “divertido”, musicalmente falando.
O Hard-Core que tem como seus grandes ícones iniciais as bandas Misfits, Dead Kenneds e Bad Religion, influenciou muita gente nas décadas de 1980 e 1990. E não só coisas boas surgiram daí: Emo é a abreviatura de Emotional Hardi-Core, esta sub-espécie oriunda de algo anteriomente conhecido como Hard-Core Melódico. Mas como não podemos “resumir a literatura britânica ao Harry Potter”, deixemos isso pra lá.
Com a aproximação do lendário ano 2000, muita coisa do século XX começou a ser resgatada. Bandas paradas a décadas voltaram para turnes em 1998 e 1999. Gente da qual não se ouvia falar a tempos renasceu. Com os rítmos foi a mesma coisa.
Depois do Grunge, o Rock não teve grandes novidades ou algo que realmente mobilizasse a galera. É neste senário que o Ska-Core desponta: naquela época tivemos bandas que eram mas Ska (como Might Might Bostons e Toasters), outras mais Hard-Core (Pennywise – naverdade, praticamente sem Ska), a mairia bem misturado (Real Big Fish, Millencolin, NoFX) e algumas que conseguiam separar bem os dois rítimos dentro da mesma música (Rancid). Os assuntos abordados pelas letras dependiam muito desta dosagem de estilos. Mais Ska igual a alegria, mais Core igual a mais protesto. Mas no final prevalecia uma animada “pancadaria” em todos os casos.
Uma música que, para mim, aborda muito bem esta alegria toda é Why Can’t We Be Friends, do Smash Mouth. Na verdade não sei se a música é deles mesmo, ou se é só o cover de alguém. Mas em todo caso, acho que ela “ilustra” bem esse sentimento de festa que que o terceiro milênio prometia (e até agora não cumpriu).
Muito bom post jodf, curto todo esse movimento ska desde o princípio até quando foi na minha geração ( anos 90 ) …..
Nos anos 90, era isso que ouviamos quem ñ gostava de techino. Tinha outras porcarias como Oasis, mas tb tinha coisas boas como Pearl Jan, Red Hot e todas as bandas de Ska…
Hoje a musica esta como esta.