Mesclar imagens em movimento e som, por incrível que pareça, essa era uma preocupação dos tempos do cinema mudo. Em toda sala de projeção havia um piano e um pianista para acompanhar o filme exibido. Ou seja, o termo Áudio e Vídeo existe antes mesmo da Tecnologia de Áudio e Vídeo.

Músicas que acompanhem o ritmo as ações do vídeo, feitas sob medida, sempre se encaixam perfeitamente em filmes, seriados, novelas, documentários e animações. Isso é o que chamamos de trilha sonora. Marcando a emoção, ação e o clima de cada cena. A música nos prepara para o susto, nos empolga numa fuga, nos sensibiliza numa despedida, e nos faz suspirar durante um beijo.

A trilha pode ser constituída por músicas orquestradas ou de qualquer outro ritmo. Compostas especialmente para o filme ou pode ser uma música pré-existente (sucesso ou não) que se adéque ao enredo da história contada.

E se invertermos a coisa? Se, ao invés da música se adequar ao vídeo, o vídeo se adequar à música?

No século XX os grandes estúdios de animação faziam muito isso. Looney Toons, a Turma do Mikey, os personagens da Hanna Barbera, Tom & Jerry e o Pica-Pau (além de muitos outros que me lembro para citar), qual deles não fez qualquer releitura de clássicos eruditos, óperas ou músicas populares.Tem até um episódio de Tom & Jerry que alguns gatos de rua cantam “Mamãe eu quero” (em português) para ridicularizar o Tom, vestido de neném. Perna-Longa, Pica-Pau e muitos outros fizeram suas versões do “Barbeiro de Sevilha”. Fora outros inúmeros desenhos com pianos ou orquestras completas.

Para aqueles que acham que já estão grandes de mais pra isso, ou para a molecada que só assiste Bem 10, abaixo está um episódio do Pica-Pau onde ele é feito refém por um assaltante de banco, e é obrigado a tocar um piano freneticamente durante toda a fuga do meliante.

E aí? Percebeu como ação, emoção e música interagem?