A casa do Rock
Como diz a música: esta é a casa do tal Rock’n’Roll. Pelo menos em Jundiaí é aí, no número 433 da rua Jundiainópolis, próximo à Vila Rami, que o Punk Rock e o Hard Core moravam nos anos 90. De vez em quando até rolava som em algum outro buteco ou clube da cidade. Mas era aí, no Bar do Bilé (ou Beco do Rock), onde o “bicho” pegava todo final de semana.
Nos anos 90 , o som não rolava dentro do bar, mas onde hoje é aquela vidraçaria azul. A rua se enchia de moleques e marmanjos feios. Mulher era minoria (não absoluta, mas tinha menos que homem). Os vizinhos sempre toleravam essa galera. Desde que ninguém se drogasse abertamente no meio da rua, não haveria reclamação. E mesmo quando algum vizinho achasse algum problema, dificilmente chamavam a polícia (nunca vi uma viatura parar no bar para averiguação).
Aqui vi muitas bandas da cena jundiaiense, como Fistt, Cactus Erectus, No Deal, Burt Raynolds, A Véia Kuaquer, R-14 Radial. Também passou por alí muita gente de fora, como Positive System, Hype e tantas outras que nem me lembro o nome para citar. Eram bandas que tocavam apenas pela geladeira cheia de cervejas grátis (somente para os músicos) e pelo prazer de agitar a galera.
O espaço era pequeno e apenas os amplificadores davam conta de preencher sonoramente o recinto.
Fazia muito tempo desde a última vez que estive por alí (acho que ainda era o Século XX desde a minha última visita). Mas agora que pedalo todo final de semana, decidi desviar o meu caminho e ver se o bar ainda estava no mesmo lugar.
Hoje em dia o som rola dentro do próprio bar. Nem sei quem toca alí atualmente. Ontem não rolou nada. Aproveitei para entrar, tirei algumas fotos, bebi um refrigerante e troquei uma ideia com o próprio Bilé.
Aquela segunda metade da década de 1990 foi a melhor da minha vida.