“WINNERS DON’T USE DRUGS”
Acho que pouca gente se lembra desta frase. Ela aparecia na primeira “tela”, quando se ligava o fliperama ou o Super Nintendo, acompanhada do brasão do FBI, antes da abertura do Street Fight II.
No final de julho comemoraram-se os 25 anos do lançamento do primeiro Street Figter, o ínicio “perdido” da maior (e mais) legal série de jogos de luta. Mas até hoje só conheci uma pessoa que alega ter jogado tal game, então o “primeirão” não é tão importante assim para mim.
Acho que não só para mim, mas o verdadeiro início dessa saga foi apartir do segundo capítulo da série. Todo moleque em idade escolar no início dos anos 90, com certeza matou aula (mais de uma vez), e vendeu seus passes de ônibus para jogar Street Fighter II. Fosse com fichas num enorme fliperama num boteco, fosse pagando por hora num imponente Super Nintendo de uma locadora, você escolhia entre Ryu, Ken, Chun li, Blanka, E. Honda, Guile, Dalsin ou Zangief para competir num torneio mundial de artes marciais variadas.
Após derrotar os personagens ‘selecionáveis’ era preciso ainda derrotar Balrog, Vega, Sagat e M“ister” Bison para finalizar o jogo.
Não podemos nos esquecer das fases bônus, onde se quebravam barris, estouravam-se tabores de combuctível e (a mais legal de todas) destruía-se um sedan na porrada.
Não tinha jeito, onde tinha uma máquina juntava um monte de moleque em volta. A Assembleia Legislativa de São Paulo até aprovou uma lei proibindo fliperamas e videogames de aluguél a menos de 100 metros de qualquer escola. Mas não adiantava, 100 metros eram poucos para mim ou qualquer outro garoto com Cr$s suficientes para comprar uma ficha. E quem não tinha dinheiro sempre esperava que alguém lhe permitisse “pegar o segundo raundi (round)”. Isso quando a ficha não era “paga meio-a-meio em sociedade”.
Jogar em locadoras saía mais caro, mas jogava-se muito mais. Meia hora, 15 minutos, o quanto você pudesse pagar. Muitas vezes alguns amigos juntavam a grana e ficavam uma hora inteira “tirando contras”. E sempre tinham os carinhas mendigando para você deixá-los jogar uma vez. E sempre tinha uma fila de horas até chegar sua vez de assumir o controle. Mas você esperava feliz, pois iria jogar Street Figter II.
E o nome dos golpes e a pronúncia correta do de cada personagem variava de escola para escola, de vila para vila: alec full, pilão, facão, cucui, radúken, até que você e seu amigos tivessem acesso a uma revista com dicas dos golpes, cada um os chamava como entendia que os personagens falavam.
Outras versões surgiram na época:
Street Figter’ Champions Edition, permitia escolher com os “chefes” do jogo. Mas se terminasse com um dos quatro veria o final do Ryu.
Street Fighter II½ era uma versão destravada em que você mudava de personagem no meio do round.
Super Street Fighter II que introduziu novos personagens (da qual só a Cammy se tornou realmente popular).
Também existiram versões turbo, que até hoje não sei o que faziam.
Versões para Nintendinho, MasterSystem e MegaDrive (ou Sega CD/Saturn) se somaram ao fliperama e Super Nintendo.
Surgiram outras ramificações para a série, como a série Alpha (ou Zero), mapliando ainda mais o universo dos “lutadores de rua”. Além dos crosss-overs como Street Fighter vs X-Men, vs Marvel, vs Teken, etc.
A série seguiu com o Street Fighter III e o IV. Mas acho que, numa época em que valorizamos muito “a experiência”, e em tempos de jogar on line com gente do mundo todo, a máquina no boteco perto da escola, com 12 personagens, ainda é muito melhor e mais divertido que um Xbox ou PlayStation com dezenas de imitações do Ryu para escolher.
Peço desculpas se escrevi o nome de algum persogem errado. Mas não se importar com o jeito certo de chamar os personagens dos jogos era uma característica da época. Não eramos neuróticos como os jogadores de hoje.