A Noite no Brasil Colônia
Hoje de manhã fique pouco na rua. Tirei poucas fotos de algumas coisas que ainda não havia registrado. Voltei logo para pousada. Hoje eu queria ver Goiás de outro jeito: à noite.
Eram quase seis da tarde quando peguei minha câmera e saí. Dessa vez deixei o chapéu no quarto, pois não iria queimar a cabeça. Andei devagar enquanto o sol baixava por tras da serra.
Passei pelas ruas estreitas e vielas até chegar na praça da Matriz. Segui até a praça do Museu das Bandeiras. Lá procurei um enquadramento que contivesse as casas e os postes de luz, mas que evitasse mostrar o céu. Ainda não estava totalmente escuro.
Os postes, com cara de lanterna, não tem uma aprência muito antiga. Não acesos nem com óleo nem co gás. Mas o efeito da luz amarela, das lâmpadas de vapor de sódio, adiciona magia à velha cidade colonial. Se durante o dia o lugar já transborda história, à noite o “balde vira”. Os prédios vi durante o dia, voltaram ainda mais no tempo.
Nas vielas, quase se ouvem os passos dos bandeirantes, as correntes dos escravos e a marcha dos soldados. É uma experiência quase sobrenatural.
Então decidi cruzar o Rio Vermelho. E chegando na ponte me deparo com os dois principais marcos da cidade: a Cruz do Anhanguera e a Casa de Cora Coralina. Dessa vez ela nã estava na janela.
Cruzei o rio. A margem direitga é bem mais barroca que a esquerda. Casarões do século XIX e a velha Igrejinha da Abadia (século XVII), além de todas as casinhas de todas as épocas e séculos. É de arrepiar.
Andei mais um pouco já sob a noite escura. O tempo estava fechando desde a hora que saí da pousada. Como me hospedei um pouco distante do centro, decidi não me arriscar. Não sei como funcionam as chuvas por aqui.
Já choveu. Não foi exatamente um dilúvio.
Amanhã será meu último dia aqui. acho que me arriscarei em outro passeio noturno. Quem sabe não me deparo com os fantasmas desta velha, bela e mágica cidade?