Uma cidade renascida
Não acordei exatamente cedo. Estava muito cansado. Mas ainda a tempo de tomar café. Então fui pra rua. Destino: o Centro Histórico da velha cidade de Goiás.
E a primeira parada foi no mercado municipal para procurar um chapéu. Em Palmas, senti muita falta de proteção para a cabeça e para os olhos. Achei o que procurava, mas confesso que esperava mais “tipicidade” nas coisas vendidas no mercado.
Se sequência passei na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Atrtístico Nacional (IPHAM) para pegar pegar um mapa de Goiás. Ítem que por si só já é uma tração da cidade. Ao invés daquela planta feia com cara de “lista telefônica” ou de “propaganda de empreendimento imobiliário”, ele foi feito a mão por um artísta da cidade.
Então imagine a cena: câmera no pescoço, chapéu na cabeça e mapa na mão. Só faltou a camisa florida para eu me tornar um esteriótipo de turista.
O primeio ponto indicado no mapa é a Casa de Cora Coralina, de onde ela (na verdade um busto de cerâmica pintada) observa o Rio Vermelho da janela do seu quarto.
Dentro um passeio super interessante sobre a história de uma poetiza que estudou apenas até a terceira série primária. Foi doceira (com utensílios de cobre), casou-se e criou seu filhos, e aprendeu datilografia depois de viúva. Lá estão o acervo de livros que leu durante a vida, os prêmios que recebeu, os móveis que usou antes de casar-se e depois que ficou viúva (quando casou, mudou-se para Goiânia e voltou à cidade depois que o marido morreu), e objetos referentes à pessoas que conviveram com ela, como uma mendiga que dormia escondida no porão da casa, onde tem uma nascente onde podemos beber a mesma água que Cora bebia.
Talvéz o ítem mais bizarro do acervo do museu seja um capacete do Metrô de São Paulo, doado por um Engenheiro do Metrô que vizitou Cora Coralina. Ela pediu o objeto ao homem para expô-lo como um símbolo do trabalho.
Antes de entrar no museu, do outro lado do rio, me lembrei de uma enchente devastou a cidade dez anos atrás. Nã conseguia avistar a cruz que o bandeirante Anhanguera construiu para marcar a fundação da Vila Boa de Goyas. este era um símbolo da cidade que eu queria muito vizitar, pois o desbravador dá nome à rodovia que vi a vida toda quando abro a janela do meu quarto. No lugar da cruz hoje há um monumento com com uma pequena cruz no topo. Em sua placa quase apagada, uma frase do então governador do Estado (que não me lembro o nome) dizia algo como “o povo é valente e vamos reconstruir a cidade ainda melhor”.
Se não fosse por isso, nem me lembraria que o Centro Histórico fora destruído. Nem estranhei as antigas pontes de madeira nova com o nome da Dilma na placa inaugural. E também não me lembrei de perguntar sobra a reconstrução da cidade à simpática guia do muse, com vóz de locutora.
No caminho de outro ponto do mapa, contrei uma placa, tão apagada que nem dava para fotografar, chamada “Memorial das Enchentes”, que descrevia as piores inundações pela qual a cidade passou. E a de 2001 foi a pior.
Depois disso visitei uma pequena igreja barroca, Nossa Senhora da Abadia, que tinha um pequeno museu de vestes sacras.
Andei por ruas colonias com suas casas coloridas e seu calçamento com pedras totalmente irregulares.
Fui até a feinha Ermida de Santa Bárbara, um igrejinha no topo de um morro de onde pode-se avistar quase toda cidade.
Eram quase três horas da tarde quando parei para almoçar num boteco próximo ao Mercado. E de “bucho cheio” decidi que era hora de parar e pular na piscina da pousada. Como ficarei até domingo, não preciso correr e ver tudo num dia só.