Feliz Dia da Toalha!
Comprei esta toalha no dia 8 de setembro do ano passado. Na ocasião escrevi um curto post chamado “Tenha sempre uma toalha”. Nele eu desabafei rápidamente sobre o sufoco de querer tomar um banho e não ter como me enxugar num país cujo o idioma oficial não possui uma palavra específica correspondente à toalha. E este é o “pano de ducha” (esta é a expressão correspondente a “toalha de banho em alemão) que comprei por lá.
Não a fotografei na época. Tirei esta foto ontem a noite no banheiro de casa especialmente para este post no banheiro de casa. Apesar de ser grande e super absorvente, não uso ela no dia a dia. Guardei-a como lembrança da viagem.
Porém, hoje faltam exatamente 15 dias para minha próxima viagem de férias. Não decidi se levo esta o se compro outra na primeira cidade que chegar e inicio “uma nova tradição de lembranças de viagens em estilo mochilão”.
Aliás, por conta desta nova viagem comeceia ler ontem O Guia do Mochileiro das Galáxias, romance de ficção científica do britânico Douglas Adams, adaptado para o cinema anos atrás. Neste livro a importância da toalha para quem cai na estrada é bem esclarecida. Segundo Adams:
A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido ao seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jangla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmoreadas de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode debaixo dela sob as estrelas brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e usá-la para lutar num combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (uma nimal estonteantemente burro, que acha que se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e, naturalmente, pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver relativamente limpa.
— Guia do Mochileiro das Galáxias, página 27 (1979)
Ele ainda cita diversos fatores psicológicos e sociais para se ter uma toalha sempre a mão no contexto do “mochilão galáctico”.
A série é composta por cinco volumes e narra as andanças espaciais do último sobrevivente humano, após a destruição do seu planeta natal, a Terra. A bem-humorada coleção O Mochileiro das Galáxias criou uma legião de dezenas de milhões de fãs ao londo das suas três décadas de existência.
Após a morte de Douglas Adams, em 2001, seus fãs decidiram homenageá-lo de uma forma bem humorada: foi criado então o Dia da Toalha. Todo ano, em 25 de maio, 42 dias após o aniversário de falecimento de Adams, os leitores do Mochileiro saem de casa carregando uma toalha. Uns amarram no pescoço como uma capa. Outros usam como turbante. Há quem simpesmente dê um nó na alça da mochila. Enfim, cada um inventa um jeito para incorporá-la no seu visual. Mas, como mal comecei a ler o livro (cheguei só no quinto capítulo até agora), e tenho um preventivo senso do ridículo, não saí de casa nem com a toalha da foto acima, nem com nenhuma outra.
Me desculpem os mais fanáticos fãs, mas minha homengem neste post é a toalha em si. Um objeto comprovadamente, por mim, indispensável para qualquer mochileiro do universo, como muito bem decreveu Douglas Adams.