Injustiçado pela História
Imagino que todos se lembram que a Semana Santa não foi criada só para estimular o consumo de bacalhau e encarecer os chocolates. Hoje, quinta-feira, por exemplo, é celebrada a realização da última ceia de Jesus Cristo e sua prisão no Monte das Oliveiras. Amanhã, a Sexta-Feira da Paixão, é o dia de lembrarmos a condenação e execussão de Jesus.
Tradicionalmente o governador romano da Judeia, por conta das comemorações da Páscoa Hebraica, sempre deixava o povo escolher um prisioneiro a ser perdoado. E no ano em que Jesus foi preso, Pôncio Pilatos, o representante de Roma, deu à multidão a oportunidade de absolvição a Cristo e a um ladrão chamado Barrabas. Conta a tradição cristã que a multidão gritou pela libertação do ladrão. E Pilatos, por não enxergar, culpa nos atos de Jesus, lavou suas mão para tirar o sangue de um inocente.
Porém a História não deve ter sido exatamente assim. Quando o Templo de Jerusalém foi destruído, os cristão repensaram seu papel como judeus. Então os seguidores do messias começaram a se distanciar das práticas e tradições hebraicas. Satanás, por exemplo, perdeu seu posto de “figura diabólica” para Judas Iscariotes, o apóstolo traidor.
Outro indício que a história que nos contam não é exatamente o que aconteceu, foi a conversão do Império Romano ao Catolicismo (o segmento do cristianismo existente na capital do império). Ou seja, um romano não poderia ser o responsável pela morte do Messias.
Mas o que realmente sustenta a teoria que contradiz a versão que conhecemos da condenação de Cristo é a própria história de Pilatos. Ele foi prefeito da Judeia durante dez anos. E seu governo foi marcado por sua crueldade e seu sadismo.
Após trucidar inúmeros samaritanos, moradores da Judeia e de Samaria enviaão uma comissão à Síria para denunciar Pilatos ao seu superior. Ele então foi mandado de volta à Roma, onde nem mesmo o imperador Calígual o perdoou por seus atos. Ou seja, o cara era ruim mesmo.
Talvés a multidão até pediu a libertação de Barrabás. Como vamos saber? Não conheço ninguém que esteve presente à ocasião. Mas certamente Pilatos não sentiu piedade alguma do inocente condenado à cruz.