Alguém saberia dizer algo que tenha mais apelo publicitário que mulher bonita? Tanto faz se você mirar no público masculino ou feminino, adulto ou infantil, uma mulher bonita numa peça publicitária vende qualquer coisa a qualquer pessoa.

Essa foi a estratégia usada pelo canal pago History Channel para promover a terceira temporada da série Estradas Mortais, sub denominada “Andes”, ambientada nas montanhas bolivianas. Esta série coloca caminhoneiro norte americanos (canadensens e estadunidenses) nas estradas mais perigosas do planeta, transportando cargas reais com prazos rígidos.

Na temporada passada, denominada “Alasca”, um grande time de caminhoneiros enfrentou  estradas congeladas no Cículo Polar Ártico. Embora as missões fossem arriscadas, não havia aquele clima de morte espreitando a cada curva.

Já na primeira temporada, ambientada no Himalaia Indiano, três caminhoneiros enfrentavam estradas estreitas no alto de  montanhas, dentro de precários caminhos com cabines de madeira. Enfrentando não só as vias precárias mas também a imprudência e preconceito dos habitantentes locais. Os episódios eram realmente medonhos. O que almentava o “cagaço” era a imagem de um caminhão caindo no precipício, o qual criava-se uma expectativa de ser o veículo de um dos participantes do programa.

Duas semanas atrás, estreiou a temporada Andes. Bem parecida com a primeira, porém gravado na cordilheira sul americana, contando inicialmente com seis caminhoneiros. Além dos três protagonistas do Himalaia e um dos motoristas que acrescidos no Alasca, a equipe conta com dois novatos em estradas assassinas.

Para promover a nova temporada, Estradas Mortais: Andes, como mencionei acima, o History apelou para velha tática da mulher bonita. Mas não usando a imagem de qualquer uma, mas de Lisa Kelly, uma bela e delicada caminhoneira canadense, presente nas nesta e nas fases anteriores do programa.

E o canal não poupou esforços. Lisa participou de várias sessões de autografos pela América Latina, passeou pelas ruas diversas cidades, deu entrevistas e até gravou uma participação para o programa Auto Esporte, da Globo (ainda inédito).

Não sei se isso fecha a ação promocional no Brasil, mas ontem Lisa Kelly participou dum chat com telespectadores brasileiros, no site do History. Imagino que a atividade se repetiu ou se repetirá com o público de outros países.

Com a imagem bela e frágil de Lisa Kelly, bem diferente das “lébicas gordas” que imaginamos quando se fala em “mulher caminhoneira”, o canal a cabo conseguiu conquistar o interesse dos marmanjos e também das senhoritas. Pois ela encarou missões que seus colegas recusaram, tanto no Himalaia quanto no Alasca. É uma mulher de fibra, não uma donzela indefesa.

E sinceramente, as missões nos Andes estão bem mais emocionantes que as missões no Alasca. Ou seja, a série tem conteúdo para justificar tanto investimento publicitário.