Tem feito muito frio nos últimos dias. Ninguém pode reclamar este ano que não teve inverno. Bom para dormir. Péssimo para sair de casa cedo. Mas falta algo: a geada. Há muito tempo não vejo geada.

Durante minha infância e adolescência, em todos os anos que estudei de manhã, era comum nesta época do ano observar uma fina camada de gelo sobre cada folha de grama. Era muito legal de se ver. Juntando-se este fenômeno à neblina, aumentava-se a sensação de frio, sem torná-lo desagradável.

Em algumas manhãs de geada, quando tinha uns 14 ou 15 anos, vivi minha fase “frio é psicológico”. Ia para a escola de bermuda e sem blusa. Era taxado de louco. Todos ficavam chocados. Gelo formado sobre o jardim e eu com as canelas de fora.

Certa vez, quando alguém questionou se a geada caía que nem neve, uma professora (Terezinha Giarolla, se não me engano) explicou que aquilo era o orvalho congelado. a umidade liberada pela folha normalmente evapora, mas quando a temperatura cai ela se solidifica. Não sei se o fenômeno só ocorre a baixo de 0º C. Não acredito que esfriasse tanto naquela época.

Mas faz muito tempo que não vejo geada. Acho que ainda não vi geada neste século, nem em São Paulo, nem em Jundiaí. Seria culpa do Aquecimento Global, da ação direta da poluição dos automóveis, da diminuição das áreas verdes e árvores nas ruas?

Provavelmente tudo isso junto. O sumiço da geada é parte do “custo do progresso”. De repente percebemos que algum detalhe mudou e lentamente o mundo não é mais o mesmo.

Comentários

  1. Thiago disse:

    Só pra constar, tomei uma Heineken, em sua homenagem, 600 ml!!!! Um brinde, JODF!

    1. JODF disse:

      Oooo… Agradeço a homenagem.
      Mas não está muito frio aí no sul para tomar uma Heineken? Imagino que por aí deva ter até geada, certo?

  2. Thiago disse:

    É verdade, aqui geou bastante. Então um brinde ao João e outro à geada!!!