e-tem-outra-coisaO desejo de Charlie Schulz para que seus personagens se aposentassem junto com ele me lembrou do sexto volume da Saga do Mochileiro da Galáxia, aquela que da questão fundamental da vida, do universo e tudo mais e Restaurante do Fim do Universo,  e que deu origem ao Dia da Toalha.

E tem outra coisa… foi lançado em 2011, dez anos após a morte do autor Douglas Adams e dezenove anos após a publicação de Praticamente Inofensiva. Um tal de Eoin Colfer escreveu este livro com a autorização dos herdeiros dos direitos autorais da saga. Nunca tive curiosidade de ler nem a sinopse. Só sei que dizem “que o escritor foi bem fiel ao estilo da obra original”.

Posso estar sendo muito “injusto” com este livro. A Saga do Mochileiro da Galáxia originalmente nasceu como um seriado numa rádio londrina, nos anos 70, e somente ao seu término chegou às livrarias. Não conheço a história do programa para saber se Adams contava com corroteiristas na produção (nem que Colfer seria um deles). Também não sei dizer se os dois autores se conheciam, se eram amigos ou se um era fã do outro.

Mas meu principal motivo do meu desinteresse tenha mais a ver com a conclusão da obra original. A série é conhecida como “a trilogia de cinco partes”. Os três primeiros volumes contam uma história única, contínua e com um final definitivo, o que é a definição exata de trilogia. Já no quarto volume há uma gigantesca reviravolta que reabre a saga de maneira bem surpreendente. E o quinto livro tem uma história totalmente independente, mas também totalmente fiel e coerente a tudo o que foi escrito antes. Porém, ao invés de criar um precedente para outras sequências, o quito volume tem um final muito mais definitivo que o terceiro volume. Então não sei dizer se eu leria uma sexta parte ainda que fosse escrita pelo próprio Adams.

Quando era moleque me ofendia muito se alguém “profanasse” algo que eu gosto. Hoje já não esquento a cabeça nem se o Latino fizer uma versão de alguma música dos Ramones. Então não condeno quem leu ou lerá E tem outra coisa… e nem convoco qualquer boicote a este livro, aos filmes do Snoopy ou O Despertar da Força, e nem quem já foi a algum show do Queen com vocalista convidado.