Ontem fui muito duro com a “iniciativa” de Jundiaí (população 400 mil) pela construção da sua (talvez) primeira ciclovia. Porém, evitei comparações com cidades muito mais avançadas neste assunto, como São Paulo (população 12 milhões) e Bogotá (população 10 milhões). A quantidade de habitantes, de vias públicas e os orçamentos para trânsito e obras jamais permitiriam uma equiparação justa entre a “Terra da Uva” e qualquer Capital Megalopolitana.

Também não compararei a malha cicloviária jundiaiense com a de cidades de portes próximos e orçamentos equivalentes, como Sorocaba (600 mil habitantes) e Bauru (360 mil habitantes). Meu parâmetro será a vizinha Itupeva (52 mil habitantes), município com 1/8 da população de Jundiaí.

Até Itupeva tem ciclofaixa no centro da cidade. A prefeitura local não teve o mínimo receio em segregar quase um terço de uma avenida onde se localizam várias secretarias municipais, unidades de saúdes e clinicas médicas públicas, bancos, escolas e até o terminal rodoviário.

Sei que a tendência imediata é comparar a iniciativa dos políticos de cada localidade. Mas esse tipo de medida depende muito mais da mentalidade coletiva de aceitar (ou acatar) mudanças no seu modo de vida. Não sei como pensam os itupevenses, mas os paulistanos sempre polemizam numa situação assim: parte da população se entusiasma exageradamente, os outros ficam putos, mas no final todos assimilam e se adaptam à novidade. Já em Jundiaí, embora a tendência seja sempre imitar a Capital (inclusive nas tarifas de ônibus), todo assunto que mexa com o mundinho individual de cada um é e sempre será um tabú.

Inauguração do Primeiro trecho da Checchinato