Já mexi tanto nela que se pudesse faria tudo de novo

Olhando a bicicleta da minha irmã, lembrei de todas as modificações que já fiz na minha. Os dois modelos pertencem à mesma linha (urbana com “jeitão de montain bike”, aro 26″ e com 21 velocidades).

O que distingue uma bike da outra é o quadro, que na minha é de alumínio e na dela é de aço-carbono. O meu é muito mais estiloso, mas não tem ponto para fixação de pezinho próximo ao movimento central, que deixa a bicicleta muito mais estável quando estacionada, em relação ao pezinho preso junto à roda traseira. Isso tudo sem falar da barra “horizontal” (assunto do post anterior).

De resto, as duas bicicletas saíram idênticas da fábrica. Mesmo sistema de direção (garfo, mesa, guidão). Mesma transmissão (pedais, pedivela, coroa, catraca, corrente, câmbios e trocadores de marcha. Mesmos sistemas de mas de freios. Mesmos acessórios de segurança (olhos de gato, campainha, “retrovisor”). Mesmo acento e canote. Talvez a exceção sejam as rodas, meus aros originais eram de alumínio, os da minha irmã acho que são de aço-carbono. Todos componentes de baixo custo da própria Caloi.

A primeira modificação na minha bicicleta foram os pedais: eles literalmente desmancharam durante o meu primeiro passeio (precisei parar numa loja e trocá-los para conseguir voltar para casa. Dias depois, retornei ao mesmo local pois descobri que o movimento central estava frouxo, aproveitei para trocá-lo por um modelo com rolamentos (minha primeira peça Shimano). E nessa mesma visita à oficina, troquei os olhos de gato dianteiro e traseiro por dois pares de LEDs piscantes (o vendedor se recusou a vender-me faróis alegando que eu “não andaria por estradas sem iluminação).

Depois do meu único tombo, o aro frontal entortou e troquei os dois por modelos mais resistente de dupla camada de alumínio (preferi não esperar o traseiro entortar). Os cubos foram trocados por modelos roletados e blocados depois que uma das esferas quebrou e danificou o interior da peça traseira durante uma pedalada até o Hopi Hari (como o componente é vendido apenas em par, já instalei nos dois eixos).

O câmbio traseiro foi substituído quando enroscou num dos raios traseiros e precisei carregar a bike literalmente de um lado a outro de Jundiaí sob chuva. O dianteiro e os passadores de marcha, junto com os manetes de freio (na época até escrevi sobre isso). Um tempo depois troquei também a catraca porque ainda encontrava dificuldade para regular as marchas. Como quase toda a transmissão já estava Shimano, recentemente instalei também novos pedivelas, coroa, corrente e v-breaks para igualar a marca de todos os componentes.

Cansado de ver o pneu traseiro furado quase semanalmente, troquei a câmara (já muito remendada) e coloquei uma banda interna de reforço. Recentemente o problema se repetiu na frente e tomei as mesmas providências. E logo terei de trocar os pneus (que já foram invertidos).

Quando um Audi acertou a minha mão esquerda decidi comprar um retrovisor. Encontrei o espelho apenas na loja Decathlon da Marginal Tietê. Aproveite comprei uma campainha tipo “trim-trim” e um novo par de olhos de gato para as rodas. Numa outra loja da Decathlon em Paris, comprei um segundo par de refletores laterais.

No começo do ano instalei descanso (ou pezinho). Para fixar o bagageiro precisei furar o quadro e improvisar abraçadeiras. O modelo da “garupa” que escolhi possui acessórios para carga acopláveis (como uma cesta que comprei).

E tem até acessórios não originais que já foram substituídos. Quando as baterias das luzes acabaram, ao invés de trocá-las, preferi instalar os equipamentos que aquele vendedor se recusou a me vender. Ontem mesmo precisei comprar outro cadeado pois o antigo, que comprei antes mesmo de receber a bicicleta, emprestei à minha amiga e ela perdeu a última chave (a outra quebrou).

Faltou só mencionar o suporte de garrafa, instalado logo que comprei a bike, mas já em desuso depois que aposentei a garrafa.

Já perdi as contas de quanto dinheiro já gastei na bicicleta. Sei que já dobrei o valor da magrela em peças há muito tempo. E os próximos gastos já estão previstos: a instalação de para-lamas (com mais adaptações) e a substituição dos pneus (que estão no fim).

Já é quase outra bicicleta desde que a comprei no natal de 2013. Quando olho para a da minha irmã, tenho vontade de transformá-la exatamente como fiz com a minha.