É incrível como gostei desta cidade. Mesmo sem me afastar muito da Carrera 7, consegui sentir bem a alma de Bogotá. Aliás, é incrível como parece que tudo acontece na Carrera 7.

Na parte do centrão, entre a Plaza Bolivar e o Parque La Independencia, a Carrera 7 é uma rua boqueada ao trânsito (exceto pela ciclo-faixa). Praticamente um calçadão. Um mar de gente circula o dia todo por este trecho da via. E  não tem dia e hora. Domingos, meio de semana. Manhã, tarde, noite. Marreteiros, camelôs e artistas de rua completam o caos que é a “Sietima”.

Algum grupo de teatro se apresentando na rua

Entre o Parque la Independencia e o Museu Nacional, ela se alarga e tem o trânsito liberado. Mesmo assim, a preferência ainda não é dos automóveis. O leito, calçado por blocos vermelhos e cinza, é em sua maior parte ocupado pelas estações do Transmilenio (o BRT daqui) e pela continuação da ciclo-faixa.

Daí para frente, a Carrera 7 torna-se uma larga e arborizada avenida. É assim até o Parque Nacional. Como não segui adiante, não sei como ela termina. Bom, também não fui até o seu real começo para saber como é.

Sei que o pedaço mais interessante dela é a do centrão. Onde realmente vive a alma de Bogotá. Foi lá que assisti a filarmônica. Nesse trecho completei meu álbum da Copa. Acho que fiz todas as minhas refeições nesta parte a Carrera 7.

Bogotá é uma cidade com cara de cidade. Aqui encontrei um pouquinho de cada metrópole ou capital onde já estive. Não quero dizer que aqui tem trechos que visualmente remetem a cidades específicas. Mas há uma essência urbana homogênea, típica de lugares importantes e cheios de gente. É uma cidade bonita, apesar das suas partes degradas.

Bogotá não é monumental ou glamourosa. Não é habitada por engravatados ou abarrotada de turistas. Bogotá é apenas uma cidade onde as pessoas vivem felizes, apesar das suas dificuldades.