Na primeira semana deste mês, tive tosse e uma pequena dor na garganta. Fui até “expulso” do consultório da minha dentista por suspeita de gripe. No dia seguinte percebi que não era gripe: Meu nariz travou, minha cara estava toda dolorida e paralizada. Mal conseguia abrir os olhos. Logo percebi que estava com sinusite.

No sábado daquela semana, procurei atendimento médico.  Fui atendido por uma médica muito simpática, aquela que usou letras de verdade para receitar. Ela confirmou minhas suspeitas e me prescreveu dois sprays nazais e um antibiótico que tive de tomar 21 comprimidos durante uma semana.

Após muita negociação e “choradeira” na farmácia, consegui todos os descontos possíveis. Placar final: R$ 105,00, sendo o antibiótico responsável por mais de 80% do montante. Fora a sensação de não ver resultados rapidamente no “investimento”. Ainda tive que adiar por mais uma semana o dentista.

Agora pergunto: o que aconteceu com a boa e dolorosa Benzetacil?

dois anos atrás, acho que era a terceira vez que tive essa doença quando fui ao mesmo hospital. Eu até achei que era a mesma sinusite e que os antibióticos de uso oral não davam conta de curar. Ao médico que me atendeu perguntei se ele não poderia me receitar logo uma Benzetacil para curar de vez aquela porcaria.

Ele me respondeu que “não se usa mais Benzetacil” e que o fato de ter uma sinusite recentemente, nada impede que se tenha outra em pouco tempo. Ou seja, e tome mais comprimidos caríssimos!

Até a minha maioridade, toda e qualquer infecção, logo me receitavam Benzetacil (quando era sinusite, uma injeção anti-inflamatória ou anti-alérgica para acompanhar). Aquilo fazia o local da plicação doer por até por uma semana. Eu tinha até de sentar com meia bunda para suportar. Mas o efeito era imediato: em questão de algumas horas já dava para sentir a melhora.

Porém, nunca suportei bem a dor da aplicação. Sempre chamei de retardado os loroteiros que diziam tomar Benzetacil no braço. Achava tão horrível que, aos vinte anos, após um médico prescrever a maldita para uma bronco-pneumunia, acabei me recusando a tomá-la quando vi a seringa na sala de medicação do pronto-socorro. Até foi registrada uma ocorrência policial para eximir o hospital de qualquer responsabilidade quanto ao que me aconteceria por me negar ao tratamento.

Daí em diante sempre que ía a qualquer médico, por qualquer motivo, já avisava que não tomaria Benzetacil. Até aquela vez, a dois anos atrás.

Imagino que, não só a Benzetacil, como a penicilina de uma forma geral (princípio ativo da Benzetacil), já enfrentou bactérias de tantas espécies que todas as que ainda existem já estejam resistentes à ela. Por um lado é um alívio saber que não precisarei mais tomar injeção para qualquer sinusite ou outra infecção. Mas também não temos mais o método rápido e barato de cura.