Acho que muita gente concorda que ser criança hoje em dia é muito pior do que no “meu tempo”. Poucos são aqueles que podem brincar livres na rua, subir em árvores, jogar bola na rua usando um portão como gol, assistir TV.

 Muita gente colocará a culpa na internet. Outros dirão que foi o “politicamente correto”. “O mundo está mais perigoso” é outra desculpa.

A verdade é que a molecada de hoje não tem mais o direito de ralar os joelhos, queimar a coxa num escorregador sob o sol quente, de quebrar um braço, de tomar pontos, de prender o dedo na corrente da bicicleta, nem mesmo de perder a “tampa” do dedão jogando bola descalço. Me desculpe o termo, mas é um bando de bundas-moles.

A coisa se torna mais gritante quando se liga a TV. Fora o SBT, canal aberto nenhum tem programação infantil. Na última década, os desenhos animados foram se deteriorando. O formato “cartoon-seriado” tomou conta da programação. Copiando o estilo japonês de contar histórias para vender brinquedos, sobraram apenas coisas como Ben-10. Outra opção são animações bem infantis (para menores de 5 anos de idade).

No outro extremo, temos temáticas adultas, que vão desde os Simpsons até South Park, passando por Family Guy e muitos outros.

E os desenhos “sem noção”, como  Tom & Jerry, Pica-Pau e Perna-Longa, com direito a explosões, porradas gratuítas e acontecimentos sem nenhum sentido ou explicação?

Foi numa noite de segunda-feira, quando não tinha nada de bom nos canais que normalmente assisto, que zapiando cheguei ao desenho da MAD, no Cartoon Network. A animação seguer o estilo da revista: parodiando filmes de sucesso, apresentando produtos tipo “Tabajara” e até com as “marginais” de Sérgio Aragonés. É legal, mas limitada pelo “politicamente correto”.

Às 22h30 da quela noite, depois do MAD, quando estava me preparando para dormir, começou Apenas um Show. Uma animação com cenários aquarelados, bichos antropofomórficos como protagonistas, vivendo num parque verde. Parecia algo bem bobinho.

Parecia. Comecei a prestar atenção. Um gaio-azul com 1,80 m (que na verdade seria um passarinho de 10 cm de altura), chamado Mordecai, e um guaxinim baixino, o Rigbi, que ao invés par-ou-impar disputam escolhas trocando socos são os protagonistas. O chefe deles é uma máquina de chicletes chamada Benson. No mesmo parque ainda trabalhar um gorila albino imortal, um tipo de golem gordo, um fantasma, e eum idoso de cabeça gigantesca. Mas o que realmente roubou minha atenção foi isto:

Eles têm um Master-Sistem!

Essa não é a única referência para a minha geração de Apenas um Show. Fica bem claro que esse é um desenho para quem assistia Papa-Léguas, não para quem assiste as o Laboratório de Dexter.

Se você assistia Xou da Xuxa, Bozo e a Hora do Capeta de manha, e Show Maravilha e Clube da Criança à tarde, recomendo dar play no vídeo abaixo.