Coruja no Jurere

Olhe para esta coruja. Perceba que, embora ela esteja desfocada, o cenário ao seu redor não está. Isso porque minha câmera não é do tipo reflex e possui foco automático. Ou seja, como o sol naquele dia estava muito forte, ofuscando a tela LCD, consegui apenas enquadrar a ave com o zoom e esperar o sistema dar o sinal de foco. Só quando descarreguei as fotos, no final do dia, percebi o problema.

Este efeito se dá pela “Profundidade de Campo”. Quant Quanto maior a profundidade, mais foco terá a foto. Quanto menor, menos planos estarão focados. E é possível focar primáriamente qualquer um dos planos do cenário, não necessariamente o mais próximo da lente ou o mais longe, como no caso acima.

O efeito de profundidade é obtido pelo controle de entrada de luz. Uma peça da bojetiva da câmera chamada diafragma, que funciona como a íres de um olho aumenta ou diminui o orifício por onde a câmera cápta a imagem. O ajuste do foco e o zoom completam o efeito.

O ajuste de profundidade de campo serve para decompor e resaltar o espaço retratado. Destacando detalhes ou situações específicas. É um recurso muito útil quando se tem domínio do processo.

Mas no caso da coruja, eu estama a mais de 10 metros dela e, como já disse, o sol estava forte e ofuscando a tela da câmera. Não vi qual o plano a câmera focou no momento. Mas não achei o efeito tão ruim e decidi postar a foto como está.

Já em zoológicos é mais fácil perceber o quanto o foco automático é problemático. É preciso tomar muito cuidado ao fotografar principamente micos e aves, pois seus recintos são cercados por telas. Dependendo do tamanho das aberturas, a lente pode não conseguir atravessar a malha e desfocar o animal. O problema piora se a diferença de luminosidade for muito grande entre o interior e exterior do recinto. Ou seja, você dificilmente conseguirá uma boa foto de um sagui na sobra se você estiver sob o sol e usando uma câmera com foco automático.

Como resolver? Comprando uma câmera reflex com foco manual. Porém as diferenças de preços são muito grandes entre as categorias de máquinas fotográficas. E foi por isso que compreia a câmera que tenho, uma Nikon Coolpix L100, com objetiva grande angular e zoom óptico de 15×, mas com foco automático.

Paguei bem caro pela câmera na época. Estava entre as mais caras entre a categoria dela. Dalí para as reflex com foco automático a diferença era de R$ 1.000,00. E paras as câmeras “profissionais”, reflex com lentes intercambiáveis (e foco manual) o degrau passava dos R$ 2.000,00.

Apesar desses problemas, ainda é uma ótima câmera. E ela é minha grande companheira em viagens e passeios. Além do mais, não é qualquer museu que permite a entradas de câmeras reflex, sob a alegação que é proibido tirar “fotos profissionais”. Então, mesmo que compre uma melhor, dificilmente eu me desfaça dela.

Comentários

  1. Thiago disse:

    Legal, gostei da explicação. Foi uma pena que a coruja ficou desfocada, pq a foto está ótima. Ontem fomos em um restaurante, e havia um cercadinho ou melhor, 2 cercadinhos, no quintal, pois era o ninho de 2 corujas buraqueiras. Precisamos de alguém para tirar a foto…

    1. JODF disse:

      Um celular com uma boa câmera é sempre bem vindo nessas horas. Como vocês não registraram as duas tocas, agora estou tentando visualizar a cena.