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 Não tenho muitos rituais de passagem de ano. Não pulo ondas nem como lentilhas. Não me visto de branco, de amarelo ou de qualquer outra cor específicamente escolhida para a ocasião (aliás, não existe superstição maior que se vestir de preto para provar ao mundo que você é imune a qualquer tipo de azar). Não acredito que essas coisas interfiram na minha vida ao longo dos próximos doze meses.

Como disse, não tenho muitos rituais, ou seja, tenho alguns. Um deles é a troca dos calendários, no meu último dia de trabalho do ano, que desta vez é hoje. Ao final do expediente, pego o candário da minha mesa, jogo-o no lixo reciclável. Em seguida, volto à minha mesa, abro a terceira gaveta, pego um novo e coloco no lugar daquele que descartei. Simbólicamente (e quase literalmente) é como me livrar do ano que passou e dar as boas vindas ao que chegará.

Para mim, a virada do ano é apenas uma data de referência. Mas não qualquer data de referência, mas a mais importante. Mais importante que qualquer data cívica ou religiosa. Mais significativa que o aniversário de qualquer pessoa ou ocasião. Não é atoa que tanta gente faz tanta promessa de ano novo, como parar de fumar ou começar regime.

Este é o momento no qual todas pessoas no mundo entram em sintonia. Todas mesmo. Embora várias culturas e religiões tenham seus próprios calendários, o calendário gregoriano é o que se aproxima mais do tempo exato que damos em torno do sol. Por isso, 1º de janeiro não se restringiu ao cristianismo e se tornou uma referência universal. Nenhuma outra data atinge o planeta de forma tão intensa e tão universalmente. Nenhum dia acaba com tanta festa como o dia 31 de dezembro.

Ao realizarmos nossos ritos de passagem, mais que pura euforia, fazemos uma avaliação do ano que passou e fazemos planos para o que virá. E por mais que estejamos cercados por amigos e familiares, durante esses rituais olhamos para dentro de nós mesmos e pesamos nossas vidas, de maneira solitária. Não importa se você segue uma tradição de família, um modismo da época ou apenas uma mania só sua, este é momento só seu. É a hora de olhar ao redor e se perguntar duas coisas: “o que eu fiz até aqui?” e “o que farei a partir deste ponto?”. O riso de desespero e o choro de felicidade se tornam uma única coisa dentro de você. O medo e a esperança dão as mãos para começar um novo ciclo nas nossas vidas.

Hoje é o dia do meu rito de passagem do ciclo profissional. Perto das 18 horas, enquanto estiver caminhando até o ao recipiente de coleta de papel, recordarei de tudo que fiz aqui na empresa e no que devo melhorar a partir de segunda. Sábado é o dia de outros rituais, nos quais outras coisas que vivi em 2011, como minha vizita à Bauhaus, a morte da minha avó  e tudo mais que aconteceu.

Desejo a todos  boa sorte em seus rituais e um ótimo ano de 2012.

Espero vocês aqui no ano que vem.

Comentários

  1. thiago disse:

    Feliz 2012, amigo!!!! Olha a propaganda do BB!!! Mas ainda vamos nos ver antes do novo ano!