Poucos meses atrás, o pessoal que cursou o ensino médio comigo abriu uma discussão via email sobre a realização de um churrasco de reunião da turma ainda este ano. Ficamos naquele impasse típico de “nesse dia pra mim é ruim” e então desistimos do encontro.

Até aí tudo bem. Isso é o que sempre acontece quando não se marca a data de um evento. Porém, alguém propôs ao invés de um churrasco, uma pizzada. Ou seja, querem tirar a carne do churrasco. Por quê? “Fazer algo diferente. Variar um pouco”.

Esta semana surgiu uma discussão parecida onde trabalho. Mas ao invés de pizza, querem trocar a carne por panquecas (ou creps, como preferem chamar).

Não é só uma questão de gosto pessoal substituir a carne. Mas na verdade, trata-se de dispensar a interação social mais antiga, que provavelmente é anterior à própria humanidade. Reunir-se ao redor do fogo para partilhar o alimento nos nos fez deixar de ser um bando de animais e nos tornou gente.

Sem contar o preparo. Um churrasco normalmente é feito pelos próprios participantes. Isso aumenta a integração social e o sentimento de partilha.

Os vegetarianos que me desculpem, mas proteína testurizada de soja e outros substitutos artificiais para produtos de origem animal, em sua maioria, surgiram apenas no século passado. Para cada alimento que alternativo a “algo que explore algum bicho” existe uma imitação cara e industrializada feita como soja ou algo parecido. Ou seja, até é possível deixar de consumir animais, mas dá para deixar de comer carne.

Quanto aos creps, esse é o tipo de coisa legal para um grupo de cinco ou seis pessoas. Não para cinquenta.

Até onde sei, nenhum colega costuma ler meu blog. Mas algumas das pessoas que particpariam do outro churrasco leem. E é por isso que repito que churrasco sem carne não é churrasco.