Rio 2016 from Tátil Design de Ideias on Vimeo.

Neste meio de design gráfico, publicidade, identidade visual e branding, quem é do ramo sabe, é difícil emitir uma opinião isenta sobre um projeto, ainda mais num caso como este de concorrência pública. Sempre tenderemos para o “eu faria assim”, ou quando gostamos dizemos “eu mudaria só isso aqui…”, como uma forma de demonstrarmos nosso entendimento.

Os ensinamentos da escola de Ulm, escola onde surgiu o método mais eficaz para a criação de marcas, diziam que se o briefing for bem elaborado, não importa quantas pessoas (ou grupos) executem paralelamente o projeto, o resultado será sempre idêntico. Mas na prática nem os alunos de Ulm atingirão essa “perfeição”. Por mais que design gráfico seja técnica metodologia, hergonomia, reprodução em série e funcionalidade, existe um forte componente subjetivo, muito mais intenso que em projeto de produtos.

Como disse certa vez meu professor de branding, Antônio Roberto, não se pode opinar sobre um projeto sem conhecer seu briefing. Com o tempo, e em várias situações, aprendi o quanto isso é verdade.

Mas foi também numa aula dele, quando o professor convidou Kiko Farcas, criador da marca Brasil, para uma palestra, que aprendi outra coisa: principalmente para nós profissionais da área, conhecer a “versão da história” dos desenvolvedores do projeto é muito importante também. Na época da escolha da marca Brasil ouve muitas críticas no meio, quase tanto quanto para a marca da copa. Ouvir o senhor Farcas falar exclareceu muita bobagem que ouvíamos por aí.

Também não podemos dar uma palestra para todos os leigos. Esses sim tem o direito e dever de “gostar” e “não gostar”.

Quanto à marca da copa, como disse um amigo meu: ninguém da agência vencedora “dá a cara à tapa” para explicar o que foi feito.

E um outro detalhe que não posso deixar passar: a marca Rio 2016 foi criada por um escritório de design. Percebem a diferença?