Quem não gosta de churrasco? Até vegetarianos vão a churrascos (não comem o churrasco, mas comparecem). Muita comida, muita bebida, muita zoeira, muita música, muita diversão e muito lixo também, principalmente copos descartáveis.

Claro que todo mundo presente em um churrasco quer “que o mundo se acabe”, mas não literalmente. Mas, infelizmente, este “desejo” fica um pouco mais possível a cada festa. Seja num aniversário de criança, num churrasco de classe, ou numa quermesse de paróquia nunca existe alguém preocupado com o destino dos copos de plástico, embalagens de isopor ou qualquer outro detrito sintético gerado no evento. E se essa pessoa existe acaba se tornando desagradável. Acaba enchendo o saco de todo mundo.

Mas o que acontece com este material, cujo o chato da festa está tão preocupado? É jogado no lixo comum. Mesmo o que um convidado menos educado jogue-o no chão, ou um convidado mais distraído o esqueça em um canto qualquer do quintal, seu destino final é o mesmo das sobras de maionese azeda e farofa babada: o lixo comum.

Qual o problema disso que é tão normal para todos nós e, provavelmente, para boa parte da humanidade? Se você nunca ouviu falar da Sopa de Plástico do Pacífico, e tiver 7 minutos para assistir o vídeo abaixo, pode se familiarizar com o assunto. É mais fácil de entender do que se eu simplesmente tentar explicar:

Toneladas de material plástico se acumulam não só no Pacífico, mas em todos os oceanos. Curiosamente nos locais onde os humanos evitam passar. E não são pedaços grandes e resistente, mas grande parte é composta por fragmentos de sacolas plásticas, rótulos de garrafas e copos descartáveis.

Em alguns locais, chega a se covardia comparar a quantidade de plástico com qualquer outra coisa, sob qualquer critério. No chamado “Lixão do Pacífico” tem muitas vezes mais plástico do que plânctons. E tanta oferta tem gerado procura: os animais estão comendo esses materiais (literalmente e lamentavelmente) indigestos. Para uma tartaruga, peixe ou água-viva é muito difícil diferenciar uma sacola de uma alga.

Consequentemente, o problema chega aos seus predadores, inclusive nós. Hoje em dia não é difícil encontrar pedaços de plástico no meio de carcaças de aves mortas no litoral.

Se você mora longe da praia, como eu, saiba que os efeitos nocivos do descarte inadequados de plásticos não se restringem aos acúmulos nos oceanos. Pense nos rios, lagos, represas ou mesmo nos bueiros da sua rua. Mesmo que o caminho até o oceano seja absurdamente longo, como no caso de toda bacia do Rio Tietê, um dia se copo chega lá. E no caminho, ele aproveita para fazer muito estrago.

Pois bem… Não percebemos, mas tudo que fazemos na vida tem um impacto no resto do planeta. E nós, seres humanos, somos a única espécie viva que desequilibra o equilíbrio ecológico. Redundante, mas verdadeiro. Quase tudo o que fazemos gera consequências negativas para o resto dos seres vivos. E digo “quase tudo” mesmo sem conhecer um exemplo contrário que se aplique ao chamado “mundo civilizado”.

O que podemos é tentar reduzir este impacto.

Por exemplo, quantos copos plásticos você descarta ao longo do expediente? Já se deu conta que com três ou quatro reais é possível comprar uma caneca de porcelana de qualidade? Uma caneca, que além de diminuir a quantidade de resíduos que você lança no planeta ainda manterá seu café quente ou sua água gelada por um tempinho a mais, e ainda é mais fácil de segurar (não queima a mão) e não tomba com facilidade na sua mesa.

E num churrasco? Já faz um tempo que procuro um canecão tipo “festa do chopp” para levar aos churrascos que eu vou. Embora eu não beba, muita gente associará o utensílio muito mais a um exagero no consumo de bebidas do que a um exemplo de ecologia.

Pratinhos de plástico podem ser substituídos por pratinhos de papel duplex, aquele que é craft por baixo e couche branco por cima (nunca prata, é menos degradável), a firmeza é a mesma . Além do duplex ser biodegradável, também é reciclável.

Também é importante não usar garrafas PET como depósito de palitos de espetinhos usados, pois fatalmente tudo acaba na lixeira comum. Aliás, se todo mundo separa as latas de alumínio por que ainda existe alguma resistência em separar garrafas e talheres plásticos, e as bandejas de isopor que embalam a carne?

Sei que que muita gente ainda tem uma resistência terrível até para jogar todos os seus resíduos numa mesma lixeira. Que muitos ainda jogam embalagens de doces pela janela do carra ou do ônibus. Mas quando se relaxa um pouco e se joga um papel de bala num aterro sanitário, não tem volta, ele ficará lá para toda a eternidade (sem exagero).

Ninguém precisa fazer discurso ou encher o saco dos outros. Facilitando que as pessoas façam o correto sem que percebam é uma forma muito mais eficiente que conscientização. Sem dar alternativas viáveis e que tenham vantagens, além da preservação do planeta, nenhuma mudança será permanente.

É bonito falar que nos importamos, mas é muito chato fazer algo de fato. Mas uma hora precisamos começar. Que seja próximo final de semana.

Comentários

  1. Ganthet disse:

    Canecao tipo “festa do chopp”? Gostei desse seu jeito de ser ecologicamente correto.

    1. JODF disse:

      Se você souber onde consigo comprar uma, que não seja de vidro ou porcela, eu lhe agradeço.

  2. JODF disse:

    Oq vc propoe eh que cada um tenha caneca p/ levar nas festas assim como muita gente tem uma sacola de pano p/ levar no supermercado?

  3. Nathália Piva disse:

    So p/ avisar que eu comprei uma caneca p/ usar no escritorio ontem a noite.

    1. JODF disse:

      Viu como é fácil ajudar o planeta?