A partir de hoje nos próximos dias, líderes de 190 nações se reunirão em Copenhague, na Dinamarca, para discutir as mudanças climáticas causadas pele poluição humana. Entre governantes, comitivas, cientistas e jornalistas se inscreveram mais de 34 mil pessoas, sendo que o local do encontro tem capacidade para apenas 15 mil. Será a maior reunião de cúpula da história.

No encontro serão debatidos os temas, aquecimento global, a emissão de CO2 na atmosfera e suas consequências. Enfim, como todo animal (ou qualquer ser de outros reinos dos seres vivos), também estamos “ameaçados de extinção” pela ação do homem.

Antes deste encontro, outras duas “conferências ecológicas” aconteceram:

Em 1992 gente do mundo todo participou de diversas atividades, debates e palestras na cidade do Rio de Janeiro. A Eco 92 (também chamada Rio 92) não tinha o intuito de produzir nenhum “guia de preservação do planeta”, apenas de conscientizar as pessoas sobre o tema ecologia. Naquele tempo Efeito Estufa e Aquecimento Global não passavam de uma ameaça em potencial. Ainda se falava muito em CFC e Camada de Ozônio. Na verdade, todo o evento não foi mais que uma grande festa.

Cinco anos mais tarde (1997), em Kyoto no Japão, como consequência da Eco 92 e uma série de outros eventos anteriores e de menor destaque, líderes de metade do planeta se reuniram para chegar a um acordo comum fixando metas e regras para a redução da emissão de gazes poluentes. Como resultado, temos o “famoso” Protocolo de Kyoto, ratificado em 1999, mas que só entrou em vigor em 2005. Apesar de ser um tanto quanto modesto, nem todos aderiram (EUA principalmente). Dos que ratificaram, muitos estão cheios de “veja bem”, “sabe o que que é” e outras desculpas sem justificativa.

Só que as consequências que todos acreditavam ser longínquas, estão aparecendo bem antes do previsto. E um acordo mais rigoroso já está sendo discutido neste momento na Dinamarca.

E você de estar se perguntando “e o sagui?”: sábado de manhã, após retornar de uma rápida saída, um vizinho meu observava um sagui numa árvore n praça em frente de casa. Enquanto todos estavam curiosos intrigados, achando legal, ou mesmo com dó do bicho, eu senti uma revolta contida: como aquele animal chegou ali?

Há uma grande reserva de Mata Atlântica na região, que continua sendo gradativamente substituída por condomínios de alto-padrão (ocupados principalmente por paulistanos em busca de uma vida “tranquila”). Mas este remanescente de floresta é já se afastou do bairro a décadas. Ou seja, alguém levou ele até lá. Legalmente o ilegalmente, alguém adotou aquele mico, não deu conte e ou ele fugiu ou foi solto na praça.

O que quero dizer com tudo isso é que não adianta pressionar o Obama, Hu Jintao ou o Lula se não estamos dispostos a assumir o o compromisso que queremos que eles assinem. Não adianta comprarmos sacolas de pano caríssimas e super-fashions se continuamos bebendo em copinhos de plástico descartáveis, em churrascos e no trabalho, e os jogando direto no lixo. Não adianta apenas falar, ou fazer só o que é fácil e bonito. Se quisermos continuar existindo, teremos que abrir mão de muita coisa no nosso modo de vida.

Quanto ao sagui, liguei para a Guarda Municipal e eles prometeram resgatá-lo. Não sei se chegaram a enviar uma equipe até agora ao local. Provavelmente o coitado deve estar tomando chuva sozinho num local estranho, esperando que algum cachorro, gato ou pessoa dê um fim na sua vida.