2015, o ano mais mais ou menos da minha vida
2015 começou muito bem para mim: logo em janeiro encontrei um novo emprego. Trabalhei numa pequena operadora de turismo, localizada num condomínio empresarial na Ponte do Jaguaré.
A empresa já estava em sérias dificuldades quando cheguei, então em fevereiro mudamos para um escritório virtual na avenida Paulista. Ficamos por lá por quase cinco semanas. O patrão tentava negociar a rescisão do contrato de localização da antiga sede. Como o proprietário do imóvel não aceitou parcelar a multa, tivemos que voltar para o Jaguaré. Foi um tempo curto, mas era muito legal dizer “eu trabalho na Paulista”.
A empresa vendia um único pacote de viagem internacional e que custava muito caro. Com a disparada do Dollar as vendas, que já eram poucas, secaram-se de vez. A operadora faliu e eu fui para a rua novamente. Apesar de não poder mais contar com seguro desemprego, guardei um bom dinheiro que demorou a acabar.
Ainda no primeiro semestre de 2015 fui ao Monsters of Rock, aquele festival no qual o Lemmy passou mal. Além dos dias de show, de ver o Ozzy e o KISS, também conheci um pessoal muito da hora num hostel onde dormi. Tomei café com gente do Brasil todo. O único ponto negativo daquele final de semana foi tomar banho de caneca com água fria (o bairro estava dentro da área de rodízio que o governo jura que nunca existiu).
Se no ano passado eu fui a Munique visitar minha amiga, dessa vez foi ela quem veio para cá. Ficou uns dois meses por aqui e fizemos muitas coisas juntos. Ela me arrastou para a Parada Gay e para uma missa. Também fizemos uma aula de acrobacias no Ibirapuera e uma de Yoga em Jundiaí. Andamos de stand up paddle em Itupeva. Até consegui uma bicicleta emprestada para facilitar nosso deslocamento pela cidade.
Depois que minha amiga voltou à Bavária meu ano praticamente acabou. O dinheiro que guardei no começo do ano acabou e voltei a mexer na minha poupança onde depositara meu FGTS do emprego perdido em 2014.
A crise se agravou e não consegui mais empregos. Participei de bem menos entrevistas a partir de setembro. No mesmo período de 2014 era praticamente uma por dia (algumas vezes duas por dia). O que impediu-me uma nova colocação ainda no ano anterior foi a viagem marcada para a Europa.
O segundo semestre de 2015 foi muito frustrante para mim. Em outubro já comecei a tomar minhas resoluções para o ano que vem. Minha primeira ação para 2016 será voltar a estudar. Não quero contar só com a esperança que o Brasil melhore (que tenho e me é muito grande). As outras metas, embora já iniciadas, ainda não é conveniente revelá-las.
Eu classificaria 2015 como possivelmente o ano mais mais ou menos da minha vida. Quase tudo de bom que aconteceu se concentrou no primeiro semestre, e as ruins no segundo. Agora, nas últimas horas de dezembro, prevalece o alívio pelo final de mais um ciclo e esperança que 2016 seja bem melhor.