Com alça
Por favo, não me peçam para pronunciar o nome desta cerveja. “Tcheca” seria a tradução em Português. Em seu país de origem, a República Tcheca, ela se chama Budwiser. O fabricante, que a produz desde o século XIX, vem brigando internacionalmente pelo direito de uso do nome desde o final da Guerra Fria. Mas aqui, e no resto do mundo fora da influência soviética, ela é Czechvar.
Um tempo atrás, um cliente me chamou para conversar sobre uma embalagem para a Czchvar. O kit segue o padrão de todas as cervejas importadas pela empresa: 1 garrafa + 1 copo numa caixa com instruções de consumo, as características do produto, uma breve história do fabricante e da região de origem. Uma característica que ele me exigiu: a tampa da caixa deveria ter uma alça.
O cliente entregou-me fotos do produto e os logos vetorizados, e também uma cópia do manual de identidade visual original da Czchvar.
Porém, não concordei com algo: a alça. Argumentei que uma caixa de tampa reta seria mais prática para transportar e expor nos pontos de venda. Também expliquei que a alça poderia se danificar no armazenamento dos kits, seja com as embalagens vazias ou já montados e acomodados dentro das caixas de embarque.
Então, de posse de uma outra embalagem com alça de um produto concorrente, ele começou a divagar sobre os prós e contas daquele detalhe da caixa: “Você tem razão, essa é uma parte frágil da caixa. Por outro lado um produto com uma alça atrai a sua mão, ela facilita que você pegue o produto. A alça te convida a levar a caixa para casa. Para quem gosta de cerveja fica irresistível pegá-la. Então é isso a caixa terá uma alça”.
O entusiasmo dele foi tão grande que me convenceu. Não tive mais como contra-argumentar e também abracei a ideia da alça com grande entusiasmo.