Música para ver
“Ok, go” era o que dizia um professor de artes no início de uma sessão de desenho de observação, em meados da década de 90, em alguma escola de artes de Chicago (EUA). Quatro dos seus alunos (nem todos continuaram até hoje) batizaram a sua banda com este comando.
A banda Ok Go passou sua primeira década de existência quase despercebida. Mas em 2009, o quarteto estourou na internet com um vídeo clip que ficou conhecido como a “dança das esteiras”. Sucesso instantâneo, o grande meme daquele ano bombou no YouTube, FaceBook e em todas as outras redes se compartilhamento existentes na época. O grande segredo do hit? Uma coreografia perfeita, filmada numa única tomada com uma única câmera fixa, ilustrando o som. A música em si é até legal, mas jamais teria tanto sucesso por si só ou com um clip convencional “contando uma historinha”.
E, de lá para cá, eles lançaram vários nos clips onde também dão vida ao som. Além de coreografias, também lançaram mão de recursos como traquitanas, percursos de automóveis, canhões de tinta, traquitanas (tipo a abertura do Rá-Tim-Bum), empilhamento de copos, exercícios físicos, só citando o que lembro. E eles usam o mínimo possível de efeitos de pós-produção (apenas aparentemente). Usam câmeras aceleradas e lentas ou com lapso temporal, que pode ficar fixa o tempo todo ou segui-los, mas sempre em tomada única (no máximo usam outra câmera para mostrar outro ponto de vista da mesma ação).
Outra característica muito interessantes das produções do Ok Go, é que eles não apagam as marcações de referência. Muitas vezes você vê claramente “×”s e setas de giz ou fita no chão, indicando onde os quatro músicos e seus figurantes devem se posicionar durante a coreografia. Eles não fazem muita questão de esconder as falhas para mostrar que é tudo de verdade, não efeito de computador.
Dias atrás, a minha Amiga da Bavária enviou-me no Facebook o mais recente clip do Ok Go, I Won’t Let You Down. No vídeos, os quatro dançam com “banquetas robóticas”, com guarda-chuvas e um balé de “colegiais japonesas”. A coreografia começa indoor e termina no estacionamento externo, com centenas de figurantes formando um “telão de led” com guarda-chuvas coloridos, tudo captado em tomada única por um drone.