A minha árvore
Quando eu era criança, esta árvore era a minha base secreta. Quando construíram a praça, cortaram um galho baixo, onde me pendurava, e não consegui mais subir nela. Hoje ela está no final de sua vida, aguardando que alguma tempestade a derrube ou que a prefeitura a remova.
Honestamente, não sei se há o que lamentar. Na época, eu era o único na vila que estudava de manhã (pré-escola), então eu não ia lá para fugir dos meus problemas ou para me esconder. Subia para brincar mesmo. Só lembro de ter levado um único amigo lá (que era um colega da escola que vivia em outro bairro). Quando a construção da praça começou, eu ainda ia na árvore. Mas demoraram alguns anos para terminá-la e, quando cortaram o galho eu já não era mais “o único estudante do meu período” e nunca levei ninguém da vila lá, então não foi algo tão “traumático”.
De vez em quando, quando caminho pela praça, paro de baixo dela e olho para o toco do galho cortado e me lembro da época que aquela fora a minha árvore. É uma pena, mas é ciclo da vida.
Quando ela sumir dali, pretendo plantar outra árvore no lugar dela, talvez um pau-brasil, se eu conseguir uma muda. Desde os meus 14 anos tenho um pequeno desejo de plantar um pau-brasil em cada praça de Jundiaí. Mas nunca tentei conseguir uma única muda. Talvez seria o final da vida da minha árvore seja o melhor momento para plantar o meu primeiro pau-brasil.