Me empolguei tanto que esqueci de falar da música
Chris Hadfield poderia escolher qualquer canção para se despedir do espaço. Porém ele não escolheu uma tão qualquer assim. O comandante canadense interpretou na ISS a música Space Oddity, do “Camaleão do Rock”, que relata alguém vivendo a mesma situação que Hadfield: uma conversa entre o controle de solo (não especificado de qual agência espacial) com o Major Tom, um astronauta contemplando a Terra pela última vez antes que a sua nave pouse. A grande diferença entre Tom e Chris é que o primeiro estava deprimido e o segundo com certeza não mereceria dois posts seguidos se também estivesse.
David Bowie lançou a canção como faixa principal de um álbum homônimo, em 1969 na Grã-Bretanha. O ano de estreia da música não foi por acaso: o lançamento de Space Oddity coincide com a missão Apollo 11 . Ouvi algumas vezes até que ela foi uma encomenda do canal BBC para ser parte da trilha sonora durante a transmissão ao vivo da viagem à Lua, feita pela emissora londrina.
É até covardia incluir o vídeo original de Bowie no final deste post, mesmo assim o incluirei. Vóz, violão, cabelos laranjas, luz “estourada” e sem muita edição de câmera. Antes de ver a super produção (e é super produção mesmo, sem áspas) de Hadfiled, achava o astroauta fizera algo ao estilo vóz e violão também. E o cara canta direitinho, sem desafinar.
Imagino que o “Camaleão” tenha se arrepiado todo, e até mesmo chorado de emoção, por ver a canção que criou a quase quarenta e cinco anos atrás, sendo interpretada de maneira tão bonita exatamente no cenário em que ele imaginou no passado.