Eu não fui o único a comparar o poster da Copa com a marca da Unilever. Após várias discussões e comparações em fóruns redes sociais, o autor do cartaz do Mundial de 2014 se defendeu. Segundo ele este recurso de preencher um desenho com uma textura, formada por pequenos ícones, (o qual ele citou o nome, mas eu não me lembro) não foi criado pela corporação dona da Kibon e do Omo. A a marca da Unilever não foi a primeira aparição deste tipo de grafismo, e nem o pôster da Copa será a última.

Porém sinto muito dizer isto ao meu colega, criador do cartaz, mas: se tem uma coisa que aprendi logo que entrei para a profissão é que sempre que os leigos forem além do “num gostei” e começarem a apontar defeitos, como semelhanças com outros trabalhos ou referências, combinação de cores, formas, escolhas tipográficas, etc, é porque o resultado não foi bom, e dificilmente terá plena aceitação. Mesmo que as pessoas se acostumem e parem de falar, o trabalho sempre será “feio”.

Uma das coisas que ajudam o público a se acostumar com uma peça gráfia “feia” (seja um poster ou uma marca) é o produto que ela representa. No caso do cartaz da Copa, existem desconfianças e críticas suficientes em relação à realização da competição no Brasil para que o público o aceite com facilidade. É como relacionar diretamente o visual do poster com o sucesso do evento (o que de certa forma é a função de qualquer poster).

Já no caso do símbolo da Unilever, ele representa diversas marcas e produtos de sucesso, em vários setores e categorias, que têm o reconecimento e aprovação do consumidor. Então, tanto faz se ele é “bonito” ou “feio”, pois será associado a qualidades positivas.

Mesmo assim, não significa que a marca figurativa da Unilever agrade visualmente. Uma história interessante sobre este símbolo específico surgiu numa conversa extra-aula com um dos meus professores de criação de Marcas, na faculdade:

O nome dele é Celso Monteiro, rorador de Vinhedo. Perto da casa dele tem uma fábrica do grupo Unilever. Quando notou que trocaram a placa da, ele achou que o “U” fora vítima das interperes e disse: “penssei que a chuva tivesse danificado a placa”.

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