“Praça da Paz sem Paz”
Hoje saí para passear com a poodle da minha tia. No caminho passei na Praça da Paz, na Avenida Nações Unidas, em Bauru. Inalgurada na virada dos anos 80 para os anos 90, época na qual os skates com shapes “peixões” foram mania entre a molecada.
No final da década de 80, skate deixou de ser “coisa de doido” e virou um “brinquedo inofensivo”. Os pais viam a pranchinha como uma espécie de carrinho para descer de bunda a rampa da garagem de casa.
O projeto da Praça da Paz era dividido em dois níveis. O mais elevado tem jardins. E o mais baixo, em frente à avenida tem dois chafarizes e uma escultura entitulada “Pomba da Paz”, sem plantas nem árvores, sendo livre para se tornar um ponto de encontro da galera bauruense. E dividindo estes dois patamares, foi construído um muro de arrimo em forma de “rampa de skate”.
A razão do formato foi estrutural. Aumentar a resistência diminuindo custos, com consequências estéticas. Porém, na prática, aquilo virou um quarter pipe, usado por quem mal se equilibrava no skate. Resultado: tombos e quedas. Isso não agradou as mamães, papais, titias e vovós de Bauru.
Pouco tempo depois da inalguração da praça, o Jornal da Cidade veio com a manchete “Praça da Paz sem Paz”. Uma longa matéria denunciava os perigos dos joelhos ralados. As quedas ocuparam a capa do principal diário de Bauru. Com isso a população cobrou mudanças na praça.
A prefeitura acabou cedendo e colocou floreiras na frente do muro. E, a praça que vivia cheia nas tardes de sábado e domingo quando foi inalgurada, ao longo dos anos 90 foi perdendo popularidade.
Hoje deve ter sido a terceira vez que fui na Praça da Paz neste século. Minha tia esta de mudança as proximidades da praça,e então possívelmente este foi meu último passeio lá.