Mais um dia na Bauhaus
Após o impacto inicial de conhecer, percorrer e fotografar a Bauhaus, hoje voltei com menos euforia. Roteiro do dia: exposições e passeios guiados.
Primeira providência, € 3,00 para poder fotografar. Em seguida, uma exposição de objetos de vidro. Peças criadas e fabricadas ao longo do século XX. Luminárias, vasos, copos, pratos, jarras, manteigueiras, tijelas, assadeiras, panelas, chaleiras, cafeteiras, tudo fabricado com vidro transparente, leitoso e cristal. Tinha até um vídeo mostrando a fabricação de uma chaleira. Infelizmente, não pude fotografar nada.
Na sequência, desci uma escada e cheguei a uma pequena sala onde havia uma maquete com interruptores que iluminavam os setores do edifício Bauhaus. Lá também tinha uma linha do tempo que mostrava a vida dos professores antes, durante e depois da Bauhaus. Um dado curioso sobre esta linha do tempo: entre todos os mestre, a última professora morreu em 1988, então nenhum viu a reunificação do país. E como todos foram expulsos da Alemanha na década de 1930, e Dessau era parte da Deutsche Demokratische Republik (vulgo Alemanha Oriental), nenhum professor jamais voltou à cidade.
Seguindo ao próximo recinto, a exposição permanente. Lá estavam expostas cadeiras, luminárias, pinturas e fotos, amostras de exercícios com corte e dobra em papel (iguais aos que fiz no Mackenzie), amostras de tecidos, documentos originais e até as peças originais do “xadrez funcional”, tudo organizado em ordem cronológica. Nesta etapa do passeio, a câmera estava liberada.
Pronto… A manhã chega ao fim e é hora do almoço. Comer e descançar. A tarde tem passeio guiado por locais onde não poderia entrar sozinho. Então é procurar uma cadeira e esperar a hora passar.
Pouco antes da partida do grupo, sou alertado que o guia falará apenas em alemão. Tudo bem, eu já sabia disso. Mas sem guia, não conhecerei a sala de Walter Gropius.
Começamos pelo auditório. Pequeno, mas cheio de detalhes. O mais interessante: os bastidores do palco, ficam no refeitório do alojamento.
E então fomos conhecer um apartamento do alojamento. Atualmente as unidades são usadas apenas como ateliê. O bloco de alojamento é aquele das icônicas sacadas.
E finalmente o ponto mais esperado do passeio: a sala do reitor e arquiteto do prédio, Walter Gropius. E decepção: só avia uma mesa, uma cadeira e uma poltrona. Eu imaginava que haviam recontituído o local conforme era na década de 1920. Sei que em Weimar também tem uma sala do Gropius, mas não sei se tem mais coisas lá.
Encerrado o passeio guiado. Hora de conhecer as “Casas dos Mestres”. A 600m do edifício Bauhaus, existem três casas construídas na mesma época que o complexo. Era lá onde os professores residiam. É muito estranho… Por mais que alguém ame seu emprego, não imagino essa pessoa sendo feliz vivendo numa réplica da empresa.
Por fim, chega de Bauhaus por aqui. Agora só me reencontrarei com ela em Berlim. Amanhã cedo, me despeço de Dessau levando na mochila uma emoção única.