Não sei ao certo como, onde e quando nasceu a lenda. Sei que ela se espalhou por todo o Brasil (talvez pela América do Sul). Alguns dizem que ele é do tamanho de uma pessoa, outros, que é pequeno. Provavelmente é o mito nacional mais vivo em nossa imaginação. Enfim, hoje comemoramos o dia do Saci Pererê.

Negrinho, tendo apenas a perna esquerda, sempre com seu cachimbo na boca e usando uma touquinha vermelha. Viajando com o vento. O Saci reúne características das nossas três matrizes culturais: Índios, Negros e Portugueses.

Defende as matas. Apronta nas fazendas. Rouba doces, tabaco. Alguns dizem que faz o que faz por ruindade. Outros apenas porque gosta de travessuras. Dizem que seu gorro é mágico e o único jeito de prendê-lo é dentro de uma garrafa.

Hoje, somando-se a globalização com desvalorização da educação, não só o Saci, como muita coisa da nossa cultura tem perdido valor nos grandes centros. Não digo apenas personagens folclóricos, mas até datas cívicas e festas populares. Nós, brasileiro, não demonstramos muito orgulho de nossas tradições (exceto no futebol). Precisamos a gostar mais de quem somos.

Se hoje a noite, você irá a uma festa de Halloween, e acha que tudo que escrevia até aqui é besteira ou pura demagogia, peço que pense:
12 de outubro comemorou-se o Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida. Houve missas (com distribuição de bençãos e graças) e festas recreativas (com distribuição de doces e brinquedos). Uma coisa não impediu a outra. Então a noite realmente é das bruxas, mas o dia é do Saci.