Passaporte da Alegria

Ganhe este Passaporte da Alegria da rádio Brasil 2000 num programa chamado “Adivinha”, em 1999. Respondi uma pergunta sobre Química Orgânica (não me lembro exatamente a pergunta). Como nunca ganhei nada em promoção de rádio antes, não sabia que precisava ficar na linha para passar meus dados (como no filme Detroit: a Cidade do Rock), então desliguei o telefone.

No dia seguinte apareci na rádio para pegar o passaporte. Entreguei meu RG nas mãos do responsável pelas promoções e , obviamente, ele não me encontro na lista. Então expliquei a situação, que ninguém me pediu nome completo ou telefone, falei a hora que participei, repeti a pergunta e a resposta. Ele disse então: “você vai levar porque eu lembro, mas toma cuidado da proxima vez”.

Aproveitei para conhecer a Fabi, a locutora do horário no qual participei. Mas não encontrei o Tatola e Maia, a lendária dupla da tarde e começo de noite da rádio nos anos 90.

Fiquei alguns meses com o ingresso procurando alguém que quisesse ir comigo. “Racharia” um segundo passaporte com quem topasse ir. Ninguém quis.  Então, no último dia (esta data marcada no passaporte), acabei indo sozinho. E não me arrependi. Foi um dia muito legal. Só não fiquei para ver as bandas do festival “Playcenter Lolapalooza” (nada a ver com este do Jóquei, além do nome) porque estava muito cançado e acabaria muito tarde.

Foi a terceira vez que fui a este, que por décadas foi O Parque de Diversões da Cidade de São Paulo.

Na primeira tinha uns quatro anos e fui apenas num carrossel, no teleférico e na antiga Montanha Encantada. Naquele tempo pagava-se para ir em cada brinquedo individualmente.

Na segunda vez fui com uma excussão da escola, quando estava na 6ª série. Aliás, quem da cidade de São Paulo, da Região Metropolitana, de Jundiaí, da Região de Sorocaba e Itu, da Grande Campinas ou até do Sul de Minas não foi ao menos um vez ao PlayCenter em uma caravana escolar nos anos 80 e 90? Bagunça no ônibus. Lanche na mochila. Um dia inteiro “matando aula” com concentimento da direção, num parque de diverções. O prazer de ver as professoras apavoradas nas monatanhas russas.

Durante décadas, o PlayCenter foi um dos símbolos da cidade de São Paulo. Um daqueles estabelecimentos que a imprensa não tinha problema algum de citar o nome gratuítamente. Foi cenário de especiais do Bozo e outros apresentadores infantis, e também para vídeos clips de vários estílos musicais. Foi fechado pelo Michael Jackson para que ele e sua comitiva brincassem a vontade, em sua primeira tunê pelo Brasil. Também foi invadido pelos Piratas do Tietê, nas clássicas histórias em quadrinhos criadas pelo Laerte.

Várias tarações temporárias passaram pelo parque. Vários brinquedos vieram visitar e ficaram para sempre. Outros são clássicos que se você não for, não pode dizer cque foi ao Playcenter, como a Montanha Encantada e o Barca Viking. Sem falar das míticas Noites do Terror, todo mês de agosto, na reabertura do parque.

Quandos os proprietários do Playcenter inauguraram o Hopi Hari, nas imediações de Itupeva, em 1999, o parque paulistano iniciou sua decadência. ele foi vendido. Parte de seu terreno virou uma espécie de estacionamento na Marginal Tietê, onde acontecem “feirões de carros zero”. O antes icônico parque, ao longo do século XXI passou afrequentar a mídia apenas quando acontecia algum acidente com algum vizitante.

Mas no começo desta semana, os proprietários anunciaram o fim da agonia do parque: ao final de julho destes ano o PlayCenter encerrará suas atividades definitivamente. No ano que vem, em seu lugar, surgirá um parque infantil. Um novo espaço onde pais e filhos poderão brincar juntos.

Os donos dizem que pais com filhos pequenos estão dispostos a gastar mais com bichos de pelúcia e alimentação. Sem falar que os seguros operacionais e manutenção dos brinquedos será bem mais barata.

É tarde para qualquer “campanha de salvamento do parque”. Se deixamos de nos divertirmos nele ao longo da última década, não adianta reinvindicar nada agora. Os proprietários farão o que os frios números indicarem como a melhor saída para o grupo e seus funcionário. Mudar e se adaptar faz parte da sobrevivência.

A nós, resta apenas tentar Vizitar o PlayCenter pela última vez nos poucos meses de vida que restam a ele.

Comentários

  1. Vanessa Stefaneli disse:

    Ahh que tristeza … Playcenter estará sempre presente em nossas memórias de adolescencia. No fds eu e o Eric estavamos mapeando mentalmente as atrações: Tornado, SuperJet, Casa dos Espelhor e Splash … ahhh ….

    1. JODF disse:

      É isso aí Vanessa, é mais uma parte no mundo em crescemos que desaparece.
      E pra você ver como você está defasada em termos de Playcenter, o Splash foi substituído pelo Waimea a mais de 10 anos. Se não me engano quando usei este ingresso já era Waimea.