Num dia alguém lhe espera, noutro é você quem espera alguém
Lendo rápidamente este título parece que falarei de amor ou de vingança, mas não é nada disso.
18 de setembro de 2011, um domingo chuvoso, decidi ir ao Zoológico de Berlin para não passar um dia chatíssimo no quarto do albergue. Andei bastante dentro do parque. Tirei muitas fotos. Quando a pilha da câmera acabou, comecei a usar a câmera do celular, pois não havia pilhas a venda no parque.
Com medo de ficar “a pé” de câmera, comecei a “racionar” as fotos. Não registraria todo e qualquer bicho que achasse legal, apenas os “imperdíveis”. E foi aí que sentei-me num banco para descançar um pouco. Entre os animais ao meu redor estava o condor, a grande ave de rapina dos Andes. Pensei: “este é manjado”. Porém (não sei se para se aquecer o discipar calor, ou por qualquer outro motivo) ele resolveu abrir as asas e ficar parado na minha frente. Olhei para a cara dele e disse: “Não adianta, estou guardando bateria para fotografar os ursos”.
Fiquei alí uns 15 minutos. Ele ele totalmente estático, posando para minha lente. Então pensei: “Você foi paciente e merece ser fotografado.
O céu não ajudou muito, mas a imagem ficou muito legal. E se eu dissesse que logo depois ele fechou as asas e foi fazer outras coisas seria um pouco de exagero. Mas ele não ficou muito mais tempo alí. Esperei mais um pouco, e quando ele fechou as asas continuei meu passeio.
Já na última segunda-feira de carnaval, 22 de fevereiro de 2012, para não “dar uma de chatão” e ficar o feriado todo trancado em casa, fui ao Zoológico de São Paulo. Andei bastante, fotografei vários animais, numa tarde ensolarada de temperatura agradável.
Chegando no setor das aves de rapina, em frente à jaula do condor, lembrei-me da situação que vivi do outro lado do Atlântico e decidi esperar a ave “paulistana” se mostrar. O bicho estava no alto do recinto, de costas, praticamente escondido entre as pedras. Se eu “clicasse” só teria uma mancha preta indistinguível para exibir. Então pensei: “hoje é o meu dia de esperar o condor”.
Fiquei de prontidão com a câmera apontada para o condor. Algumas vezes ele até olhou para trás e cheguei a apertar o botão da câmera. mas não era isso que eu queria. Queria vê-lo abrir as asas e se mostrar em toda sua grandiosidade, como fez seu colega europeu.
Demorou mais de 10 minutos até que ele se cansou de ficar no cantinho se coçando e resolveu dar uma volta na jaula. Primeiro ele pulou para uma pedra um pouco abaixo da sua posição. Então se preparou para decolar (curiosamente, levantando apenas a asa esquerda). Então registrei a cena.
Logo depois ele pulou e voou para o outro extremo da jaula e se escondeu de novo. Se esperasse mais um pouco não conseguiria fotografá-lo.
Outra semelhança entre os dois passeios foi que em SP também acabaram as pilhas da câmera. Mas aqui achei para comprar dentro do parque: R$ 14,00 por quatro Duracell AA. Mas no geral foram dois ótimos passeios.